domingo, 30 de outubro de 2011

ALGUNS TRAÇOS DA CULTURA DE AMARGOSA – A TRILOGIA
Por Anderson Souza

Não tenho medo de me expressar, mesmo quando percebo que minha perspectiva é completamente diferente da de outras pessoas. Quando demonstro o que penso quase nunca tenho a intenção de ofender, até porque, para isso, penso que qualquer palavra serve.

Elevei os ânimos de filhos e moradores de Amargosa com minha impressão sobre a cidade, pois até hoje vejo comentários de quem se sente menosprezado com minha reflexão e, além disso, com a forte atuação da Universidade no local. Sentem-se abençoados pelo divino para mandar seu semelhante se “fuder”, por outro lado, a mágoa lhes invade quando algumas verdades são ditas diante das fuças. Aceitá-las ou não é direito de todos. Mas ignorá-las mostra o quão primitivos alguns permaneceram. Para mim, manter uma ancestralidade artística e cultural viva não significa parar no tempo.

“Nós não somos obrigados a aceitar tudo o que a universidade nos propõe, pois muitas vezes os professores desenvolvem projetos e etc., sem levar em conta quais as demandas reais do município.”, escreveu um anônimo irado. Então, pergunto: se a Universidade e todos que com ela chegaram estão incomodando tanto e fazendo, de algum modo, o povo daqui se sentir coagido, por que não lutar para tirar esse conjunto de inutilidades do seu convívio? Pra mim esta seria a reação mais óbvia de gente que pensa como vocês. Bom, mas se ainda não fez, confesso que está me surpreendendo.

Bom, levado por estas acaloradas discussões, fui às ruas saber dos residentes e, principalmente, dos amargosenses o que pensam sobre a cidade e suas novas relações. Assim, produzi a trilogia “Alguns Traços da Cultura de Amargosa”. Claro, não foi possível abarcar a visão de todo o município, até porque não daria conta de tal façanha (isso é um trabalho para o IBGE), mas procurei fontes diversas e variadas para compor este modesto trabalho.

Não tive a oportunidade de registrar um depoimento mais aberto do anônimo contestador, primeiro porque não sei que é, segundo porque não acho que teria coragem de dizer o que realmente pensa com a cara na tela. Mas, de repente, quem sabe, não está entre os entrevistados. Acho que nunca vamos saber.

2 comentários:

Laura Juliana disse...

Tenho acompanhado as discussões no blog, acredito que o exercício de ouvir o outro seja uma das fontes para a construção de conhecimentos vitalícios, pois nos permite refletir, por isso parabenizo pelo vídeo. Este trabalho deixa nítido o quanto há uma limitação, sobre o que é CULTURA. Em algumas falas a cultura é minimizada a manifestações artísticas culturais. Ao ter ou não teatro, cinema... falaram até em shopping.Com certeza a cultura é algo vivo em qualquer ambiente em que duas pessoas ou mais se reúnem, constroem e vivenciam histórias, valores...Tenho para mim que não é sinônimo de atraso ou aculturamento não cultuar as sete artes, em suas rebuscadas evoluções. Sinto, enquanto moradora a mais de quatro anos da cidade, que me sinto muito bem em viver, pelas pessoas maravilhosas que me acolheu, que em termos de manifestações artísticas culturais não há talvez uma diversidade, ou adesão, pela maioria da população, às manifestações artísticas vigentes, as novidades, tenho algumas carências também de determinadas coisas. No entanto, toda mudança é processual, nada acontece de um dia para o outro. E nada será aceito em sua completude, pois somos DIFERENTES. O que me inquieta, e por isso lanço um questionamento a nível de reflexão a todos, é o seguinte: busca-se uma mistura cultural para a ampliação de expressões artísticas culturais na cidade de Amargosa, ou o objetivo é tornar a cidade do interior da Bahia um ambiente em que a cultura das metrópoles aconteça de formar a suprir os moradores que se sentem parados no tempo, não só pela noção de cultura que limitam as expressões artísticas, mas também pela ausência do shopping...? Aí fica difícil. Amargosa é diferente, como todas as cidades são diferentes!! O interior é diferente da capital. As mudanças vão acontecer, estão acontecendo, mas a de ser processual!!! De acordo com os desejos, vontades de grupos que nunca serão coniventes em tudo, por que somos DIFERENTES!!!! Salve a diferença! Salve o respeito as diferenças!! Que o novo não seja encarado como o mau!! Que o “velho” não seja considerado um atraso, por que o bom é o que nos uni, nos diferencia, afirma nossa identidade, eleva o nosso ser, não por sermos ou não “cultos”, mas por respeitarmos o outro. Isso é saber, isso para mim é o que enriquece a CULTURA de um povo!!! Parabenizo algumas falas!! Valeu!!

Laura Juliana disse...

Obs: Retifico que, onde afirmo: " Este trabalho deixa nítido o quanto há uma limitação, sobre o que é CULTURA. " Não estou me referindo a um limite do trabalho, do vídeo. Refiro-me a reflexões que faço a partir dos conceitos expressos no mesmo. Espero ter colaborado com a discussão. Valeu!!