quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

RECEITA DE ANO NOVO
Carlos Drummond de Andrade



Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

INDEPENDENTES DE VERDADE
Por Led Beslard


http://www.ultraje.com.br

Formada desde o final dos anos 80, a banda Ultraje a Rigor é bem conhecida por suas composições inteligentes. Uma mistura de rock contagiante e divertido com letras críticas, irônicas e sempre bem humoradas. Um verdadeiro escracho que acumula sucessos e fãs por mais de duas décadas. Atualmente, com Roger (guitarra e voz), Mingau (baixo e voz), Bacalhau (bateria), o grupo acaba de lançar pela internet o projeto Música Esquisita a Troco de Nada!

A idéia é gravar músicas e disponibilizá-las na Internet pelos sites ReverbNation e MySpace. Na verdade, as músicas já estão disponíveis para download totalmente de graça para você fazer o que quiser com elas: gravar, distribuir, cantar ou enviar para os amigos, sem qualquer obrigação de sua parte. Mas se você quiser fazer uma doação pelo trabalho da banda, de qualquer valor, também é possível. Assim que tiverem um número suficiente de faixas gravadas, lançarão um CD, provavelmente com novas versões dessas faixas.

Como algumas pessoas devem saber, a banda Ultraje a Rigor não tem mais gravadora e nem toda a máquina que vem com ela: aparições na TV, divulgação em rádio, coletivas de lançamento, etc. Segundo a banda, foi uma decisão deles, apesar de afirmarem não ter nada contra isso. “Sentimos que assim estaríamos mais à vontade para fazer tudo do nosso jeito, com o contato direto com o fã e dentro do nosso tempo”, complementam. Assim, o Ultraje acredita que é muito importante a colaboração do seu público na divulgação do seu trabalho e garante que continuará fazendo outras músicas ao longo do ano e, se der tudo certo, ao longo de muitos anos ainda!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

ENTÃO, É NATAL!!??!!??
Por Led Beslard



Estranho, mas parece que todo mal do mundo desapareceu. Nesse momento as pessoas demonstram tamanha felicidade poucas vezes vistas durante todo o resto do ano. É Natal, o espírito natalino invadiu os corações humanos de tal maneira que sou pego de surpresa quando percebo nos outros sorrisos largos, olhos brilhantes, além das muitas felicitações para esse lindo dia.

É uma pena não ser Natal todos os dias. Principalmente para o comércio, que fatura milhões vendendo e estimulando a compra até o último minuto das comemorações. Meu amigo Wendel Barreto, assim como eu, acredita que “o Natal é mais um dia completamente voltado para o consumo. O sentimento de solidariedade é totalmente hipócrita”.

Com exceção de algumas pequenas crianças e o Zina, todos sabemos que Papai Noel não existe. Ainda assim, não quero ser mal-educado, portanto, retribuo a todos desejando um feliz Natal.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

ORAÇÃO DOS ANIMAIS
Por Ivana Maria de França de Neve



Meu São Francisco de Assis
Protetor dos animais
Olhai por nós que rogamos
Vossa bênção e muita paz.

Olhai os abandonados
Sofrendo agruras nas ruas
E os que puxam carroças
Açoitados nas ancas nuas.

Pelos pobres passarinhos
Que não podem mais voar
Presos em rudes gaiolas
Só porque sabem cantar.

E as cobaias de laboratório
Que sofrem dores atrozes
Em experiências terríveis
Que lhes impõem seus algozes.

Pelos que são abatidos
Em matadouros insanos
Para servir de alimento
Aos que se dizem humanos

Olhai os que são perseguidos
Sem piedade nas florestas
Só por causa da ambição
Dessas caçadas funestas.

Pelos animais de circo
Que não têm mais liberdade
Presos em jaulas minúsculas
À mercê de crueldade.

Olhai os bois de rodeio
E os sangrados nas touradas
Barbárie e crimes impostos
Por pessoas desalmadas.

Pelos que têm de lutar
Até a morte nas rinhas
Quando o Homem faz apostas
Em transações tão mesquinhas.

Olhai para os que são mortos
Nos macabros rituais
Em altares religiosos
Que usam sangue de animais.

Meu bondoso protetor
Oro a vós por meus irmãos
Para que sua dor e tristeza
Não sejam sofrimentos vãos

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

SAUDADE DO MEU BEM
Por Led Beslard



Que inferno esses dias sozinho, sem o meu bem. Enquanto ela não chega, eu canto:

"Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu quem mandou o beijo
Que é pra matar meu desejo
Faz tempo que não lhe vejo
Ai que saudade d’oce"

sábado, 12 de dezembro de 2009

O HOMEM BOOGIE DO AC/DC
Por Marconi Lins


Foto: Nara Nogueira

São Paulo, 27 de novembro de 2009. Às 18 horas o telefone toca. Alguém do hotel avisa que já está na hora de acordar. Uma dose de wiskey permanece no copo desde a noite passada. Ao chegar à janela do nono andar, ele escuta o barulho e vê a paisagem de concreto no infinito vertical da louca cidade: ou o paraíso ou o inferno. A última vez que esteve por aqui foi nos anos 90. - O público do Brasil é muito louco mesmo..., lembrava do primeiro show no país em 1985 quando, no auge dos trinta e oito anos, cantou para uma multidão ensandecida.

Batem na porta. Um jovem da equipe de produção lhe entrega a agenda do dia. – Como são gente boa esses profissionais!, solta uma piada sobre o trabalho, coisa que faz com muito prazer, por sinal. Trabalho sujo, feito de forma barata, gravatas, contratos, alta voltagem. São tantos anos de estrada que ficava imaginando quando fazia parte de uma desconhecida banda chamada Geordie, do norte da Inglaterra. Uma saudação pelos bons tempos em que tocava em clubes apertados. Como eram excitantes aquelas noites! E hoje ele está aqui, em outro país que não fala a sua língua. - Do outro lado do mundo esses garotos adoram nossas canções, sabem cantar tudo. E olhe que já se passaram 29 anos desde que ele entrou no grupo.

Mais tarde, encontra seus amigos de turnê, já é hora de ir ao show. O figurino é a mesmo: calça jeans, tênis, jaqueta preta, chapéu de motorista. No caminho do estádio observa através do vidro fumê do carro um grande número de pessoas vestindo camisas estampadas com seu rosto. Sentimentos correndo pela espinha, flash back de quando ele viajou para assistir shows em Londres e via uns coroas tocando a velha musica, ou de quando foi para o Texas e se divertiu um pouco conhecendo lindas garotas. Nunca imaginou fazer sucesso por tanto tempo. O show business é ridículo e não se envaidece com isso nem com a grana. Ele é o homem boogie: “come on, come on lovin for the money”. Qualquer pessoa está nesse jogo. É assim que funciona.

Do backstage admira o público lá fora. Rajadas de raios parecem sair da multidão. Um gole para esquentar as cordas vocais e um cigarro para deixar a voz mais rouca ainda. É hora de subir no palco, se divertir, escachar e desmoralizar, fazer o que ele fez a vida toda. Girando como um dínamo durante o caminho em direção ao palco, chegando como um furacão. Ri sozinho, vivendo muito, vivendo por hoje, viver em êxtase.

Do outro lado do Backstage

Na entrada do estádio do Morumbi, via a fila de pessoas dando volta no estádio. Parece que todos os fãs saíram de casa cantando “aaah ah aah aaah... Thunder!”. Thunderstruck, do disco The Razor’s Edge 90 é, sem sombra de dúvidas, o hit mais cantado pelo público antes do show. Chuva, raios e “thunder”, ninguém tinha a mínima vontade de arredar o pé daquele metro e meio quadrado, em que se era esmagado na fila. O AC/DC é uma religião. Pessoas de vários lugares do Brasil, sobretudo do Paraná, que desceu em peso, soltando o grito de guerra com os mindinhos e indicadores em riste – AC! AC! AC! Ainda do lado de fora, pessoas sem ingressos pagavam até R$ 600 na mão dos cambistas. Havia um jovem de Chapecó que tinha perdido seu ingresso na noite anterior em uma balada alcoólica. A cada passo da entrada, urros de euforia. Ao pisar no estádio do Morumbi, parecia que algum time de futebol tinha feito um gol. Abrindo o show, Nasi cantou Mosca na Sopa e fechou sua apresentação com Sociedade Alternativa.

O que falar de um show do AC/DC quando tanta gente já escreveu que esta é a turnê do disco Black Ice, que pode ser a última vez que eles tocam no Brasil, dos solos alucinados e da boa forma física do cinqüentão Angus Young – durante Let be rock,como de praxe, Angus cai no chão e faz um helicóptero sem borrar o solo –, do simplismo do Brian Johnson, da expressão elétrica estampada no rosto do Malcon Young, da base segura do Cliff Williams e da bateria locomotiva do Phil Rudd, dos chifrinhos piscando nas arquibancadas, do aperto da arena para ver de perto a lenda do rock australiano...



Seria muito clichê dizer que o som dos caras é um rock direto e dançante sem firulas, que os caras ao vivo tocam idêntico aos discos, falar dos efeitos especiais, do trem que invade o palco na primeira música Rock’n Roll Train, do sino gigantesco em Hells Bells, que a estrutura do Rock’n Rio I não suportou a parafernália da banda, da nova boneca inflável, em Wole Lotta Rose, desta vez veio para cá tatuada. Realmente, um show como esse é uma experiência única, indescritível e que se leva pra vida toda deixando uma pergunta no ar: será que um dia veremos uma banda de Rock’n Roll como o AC/DC?

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

NASCE "A CRIA REBELDE"
Por Led Beslard



Grupo de rap 157 Nervoso lança "A Cria Rebelde", seu primeiro CD e comemora dez anos de estrada num evento que acontece dia 10/12/2009 (quinta-feira), com entrada franca, a partir das 19h, na Quincas Berro D´Água - Pelourinho.

Formado pelos mc´s Man-duim, Diego 157 e Spok, o 157 Nervoso convidou para a festa: MC Daganja, Versu2, Dimak e DJ Bandido, artistas que também movimentam a cultura Hip-Hop em Salvador.

Gravado entre 2008 e 2009 de forma independente, A Cria Rebelde traz doze faixas e conta com as produções de DJ Leandro, Diego 157, Armeng e Dj Índio.

Serviço:
O Que? Show de lançamento do cd "A Cria Rebelde", do grupo 157 Nervoso.
Quem? 157 Nervoso, Versu2, MC Daganja, Dimak (graffiti) e DJ Bandido (discotecagem)
Quando: Quinta-feira (10/12/2009), 19h
Onde: Praça Quincas Berro D’Água, Pelourinho – Salvador / Ba
Entrada: Grátis
Preço do CD: R$ 10,00

Assessoria de Imprensa:
Ana Cristina Pereira – (71) 9176-5755
Mais Informações:
www.acriarebelde.blogspot.com
Diego 157 – (71) 3315-7329 / 8842-6472
Man-duim – (71) 8812-4253
Outros Contatos:
http://www.twitter.com/diego_157 (Twitter)
http://www.mauselementos.blogspot.com (BlØg)
http://www.myspace.com/classeabeats (Beats)
http://www.myspace.com/157nervoso (GrupØ)
http://www.myspace.com/diegocbx (SØlØ)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

RICARDO PRIMATA E CONDOR



O guitarrista Ricardo Primata é o mais novo endorser Condor. A partir de agora Primata usará as guitarras Condor GX-50 Deluxe e Condor GC-591. O músico entra em campo para o time de endorsers da Condor Guitars.

Confira fotos do guitarrista no álbum do Flickr: www.flickr.com/condormusic
As novidades da Condor no site: www.condormusic.com.br
Agenda de shows, workshops e informações diversas no site oficial de Ricardo Primata: www.ricardoprimata.com.br

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

REGRA N° 666
Por Led Beslard

Identificando indivíduo.
Processando registros
Localizando dados

Acesso restrito: controle negado!
Acesso negado: controle negado!

Nosso imaginário permite-nos recriarmos forças
Rebeldes e causas,
Movimentos em outros ambientes.
Mas a realidade constata
Que o poder de fato,
Nunca em terra de vivos,
Nos pertenceu
Plenamente!