quarta-feira, 20 de maio de 2020

ISOLATION – O FILME


Por Anderson L. Souza

É com grande satisfação que apresento “Isolation”, um curta-metragem com estética surrealista, idealizado, produzido e dirigido por mim. A ideia para a realização deste trabalho surgiu do desejo de expressar, através de sons e imagens abstratas, o livre pensamento sobre o estado de isolamento físico e mental, por vezes intencional, por vezes involuntário. Com essa película, abre-se ao espectador a possibilidade de dispersar-se da realidade, ainda que momentaneamente, para uma fruição livre de amarras ou censuras, propícia às mais diversas interpretações, ou não.

Contei com a colaboração da minha esposa, Geovana Monteiro, na coleta de imagens, atuação e com opiniões gerais. E foi um privilégio ter a participação dela em todo o processo, principalmente quanto às questões teóricas e filosóficas que fundamentam o filme. A composição da trilha sonora, com a música “Spectro”, foi mais um desafio em que me lancei quando tentei unir o sentimento do som com o teor absurdo das imagens.

Aqui é posta uma situação maniqueísta na qual esperança e desolação nos atormentam durante indeterminados dias, entre buscas, perdas, companhias, solidão, avanços, retrocessos, insanidade, bom senso, medos, ansiedades, necessidades, solidariedade, numa batalha nada convencional da vida contra a morte.

“Isolation” não tem a intenção de causar ainda mais sofrimento, embora isso também seja possível, já que há no filme sutis elementos recolhidos da catastrófica realidade atual. Mas propõe um confronto com a obviedade que passa ao lado do que realmente pode se ver ou ler aqui.

Situações de dor podem e devem nos mover à reflexão ou mesmo a instantes de prazer, ainda mais quando expressas através de comunicações artísticas. E assim me sinto... um pouco mais leve, minimamente alegre, mais disposto a enfrentar com racionalidade, ligeiramente sóbria, o que surgir.