quarta-feira, 31 de agosto de 2011

CAFÉS E FILOSOFIAS
Por Anderson Souza



Pelo menos uma vez por mês em cada semestre acontece, na Cidade de Amargosa, o Café Filosófico. Este projeto é capitaneado pelos professores Geovana Monteiro e Gilfranco Lucena, ambos do colegiado de filosofia da UFRB. Entre um expresso e outro, tive a oportunidade de conversar com eles sobre este evento e alguns outros aspectos gerais da filosofia. Às vésperas da 6ª edição do Café Filosófico esta entrevista nos deixa mais atentos para a maneira como enxergamos e tratamos a filosofia. Confira nossa discussão logo abaixo e aproveite para comentar o que achar relevante.

1 - Como surgiu a idéia de desenvolver um Café Filosófico no interior da Bahia?

Profª. Geovana Monteiro – Em 2009, quando o colegiado do curso de licenciatura em filosofia da UFRB se constituiu efetivamente, quando vim para Amargosa, o prof. Gilfranco teve a ideia de promover uma atividade de extensão que não seguisse os mesmos moldes das outras, ou seja, palestras longas, cansativas e com pouca participação dos discentes. Assim, o Café Filosófico do CFP surgiu da nossa vontade de discutir temas filosóficos mais amplos e autores pouco explorados no curso em um ambiente mais descontraído que o ambiente escolar, por isso a ideia de fazer fora da UFRB, o que também permite uma aproximação maior da comunidade local com a filosofia.

Prof. Gilfranco Lucena – Eu já tinha ouvido falar de Cafés Filosóficos por toda parte, mas minha experiência era com Chás Filosóficos. Era uma experiência marcante, primeiro por que envolvia alunos e professores de vários cursos e segundo porque os temas podiam sempre ser tratados com um pouco mais de amplitude, com rigor, mas sem o ambiente acadêmico mais formal. Além de ser feito em ambiente descontraído, as temáticas e palestras abordadas sempre abriam espaço para um amplo debate de problemas que os temas abordados. Quando cheguei a Amargosa, no Centro de Formação de Professores da UFRB, percebi que seria importante tentar criar um ambiente semelhante de debate em torno de temas que pudessem convocar alunos e professores dos diversos cursos do Centro, além de professores da escola pública e privada e outras pessoas interessadas, a debater temas e problemas que tocassem em diversos assuntos filosóficos. Com a chegada e colaboração direta da profª. Geovana Monteiro para a elaboração e realização da proposta e a abertura do Café & Cultura, o Café Filosófico deixou de ser uma idéia e caiu num solo fecundo que já tem manifestado a sua potencialidade para frutificar.

2 - Cafés filosóficos são bastante comuns dentro e fora do Brasil. O que diferencia este Café de tantos outros?

Profª. Geovana – O fato de ser um evento desse tipo realizado no interior da Bahia já é um diferencial. Mas a estrutura é a mesma de qualquer Café Filosófico, a diferença é que estabelecemos um sistema de palestrante e debatedor. Acredito que nos demais não haja isso.

Prof. Gilfranco – "O centro do mundo está em todo lugar. O mundo é o que se vê de onde se está", segundo Milton Santos. Não sei dizer exatamente se nossos Cafés têm uma diferença em relação aos outros. Como nosso contexto é outro, certamente emergem dele as preocupações teórico-filosóficas que nos dizem respeito e que dizem respeito aos estudantes e demais pessoas desta comunidade. Assim, certamente, nossos Cafés Filosóficos projetam preocupações diferentes. Uma das especificidades é o fato de tentarmos propor temas geralmente de caráter interdisciplinar, tentando propor temas que sejam pensados por pessoas de pelo menos duas áreas diferentes. Essa é uma marca importante do nosso Café Filosófico. Mas também tivemos temas estritamente filosóficos.

3 - Como tem sido a recepção e a repercussão deste projeto longe de uma capital?

Profª. Geovana – A recepção tem sido muito boa, os alunos participam ativamente dos Cafés, as discussões têm sido muito ricas. Acredito que o fato de estarmos longe da capital não altera a qualidade do debate.

Prof. Gilfranco – O fato de estar longe do mundo da capital é certamente bastante positivo para fazer repercutir a atividade. Trata-se de uma opção diferencial única de que a cidade grande muitas vezes está cheia. Os estudantes e pessoas da comunidade que estiveram presentes ao café têm manifestado bastante interesse e participação.

4 - Qual é a principal atuação de vocês na realização deste evento?

Profª. Geovana – Como coordenadora, juntamente com o prof. Gilfranco, a minha atuação é a de providenciar tudo o que for necessário para os debates: selecionar convidados, organizar divulgação, local, equipamento, tudo...

Prof. Gilfranco – Como coordenador juntamente com a profª. Geovana, cuidamos de elaborar um plano semestral e, vez por outra, preparar alguma temática para o Café ou convidar pessoas para apresentar algum tema.

5 - Como vocês chegam à escolha dos temas e dos palestrantes? O que exatamente é pensado primeiro e levado em consideração?

Profª. Geovana – A escolha dos temas e palestrantes parte de um consenso entre mim e Gilfranco. No início do semestre nos reunimos e decidimos tudo. A princípio, nós levamos em consideração temas que tenham uma relevância filosófica, porém, que também dialoguem com as ciências e as artes. Procuramos sempre também dar espaço aos colegas do CFP que desenvolvem pesquisas filosóficas ou não, mas que de alguma maneira dialogam com o conteúdo filosófico.

Prof. Gilfranco – Temos tentado pensar em temas atuais e que não estejam simplesmente voltados para a filosofia. Tentamos relacionar áreas como filosofia e pedagogia, filosofia e literatura, filosofia e religião, dentre outras. Por exemplo, dois de nossos próximos Cafés serão sobre filosofia e literatura e filosofia e física. Também temos tentado pensar temáticas que de algum modo nos coloque em relação com pensadores e literatas brasileiros.

6 - Quais são as facilidades e dificuldades encontradas para a realização satisfatória deste projeto?

Profª. Geovana – É fácil chegar a um acordo na escolha dos temas e palestrantes, é fácil também atingir o público discente. Contudo, não é nada fácil atingir a comunidade amargosense. Há ainda uma grande resistência da população em participar das atividades da Universidade. Além disso, também não atingimos o público docente como gostaríamos. Há também a dificuldade de financiamento. Nem sempre temos verba para trazer palestrantes de fora da Bahia.

7 - O Café Filosófico já teve 5 edições. Poderiam falar um pouco sobre o quê e como foi cada uma delas?

Prof. Gilfranco – A primeira edição foi sobre os aspectos filosóficos na obra Anísio Teixeira. A segunda tratou da obra A Pedra do Reino de Ariano Suassuna. Esta edição foi entusiástica, porque buscou discutir elementos filosóficos em uma obra que já é um grande clássico da literatura brasileira e nordestina. A terceira edição foi sobre um tema extremamente curioso em filosofia: as posições de Wittgenstein sobre ética, tema pouco ou em geral nunca discutido na graduação, o que foi, para os alunos pelo menos, extremamente importante, porque, aquilo que viram nessa edição do Café, certamente não teriam oportunidade de estudar no decorrer do curso. Os dois últimos trataram da relação entre filosofia e religião, um problema que no solo amargosense parece-me de grande relevância pela curiosidade que o debate em torno da religião sempre desperta.

8 - Entre todas as edições, qual vocês destacariam como a melhor, considerando a participação e o nível das discussões entre os presentes?

Profª. Geovana – Todas as edições foram muito boas, não dá para mensurar a qualidade visto que cada tema é um tema e cada público é um público. De um modo geral, o Café Filosófico é sempre garantia de excelentes discussões.

9 - Vocês além de professores são pesquisadores. Qual relação direta, depois da própria filosofia, este projeto tem com suas atuais pesquisas?

Profª. Geovana – Bom, atualmente desenvolvo duas pesquisas interligadas, uma aqui no CFP, intitulada Filosofia e Ciência em Bergson, e a minha pesquisa de doutorado na UFBA, Bergson e o Absoluto. Diretamente, não há relação entre minhas pesquisas e a atividade de extensão Café Filosófico, porém, em um sentido mais amplo estudo as relações entre a filosofia e as ciências e no Café damos prioridade a esse intercâmbio.

Prof. Gilfranco – Não há uma relação direta, mas indiretamente o Café Filosófico se torna um importante meio de difusão não só de minha pesquisa ou da profª. Geovana, mas de todos os pesquisadores convidados como palestrantes e debatedores. As discussões e problemas levantados no Café acabam suscitando iniciativas, seja no âmbito da pesquisa ou no ensino, como foi o que aconteceu com a elaboração do projeto de ensino em Filosofia da Educação montado pelos professores Djeissom Ribeiro e Ricardo Andrade a partir do que debateram no Café Filosófico em torno do Pensamento Educacional de Anísio Teixeira. Um profissional da pedagogia e um da filosofia dialogaram durante pouco mais de uma hora entre si e com estudantes e daí emergiu um projeto extremamente frutífero. Este é o espírito que deve governar o Café Filosófico.

10 - Para vocês qual é o maior equívoco de quem pretende discutir filosofia?

Profª. Geovana – O achismo! Em filosofia, se você não tem um argumento forte é melhor se calar. Filosofia não é o que eu acho, ou a forma como eu vivo, como desenvolvo um trabalho. Filosofia é discurso, mas discurso fundamentado e fruto de reflexões sérias e profundas.

Prof. Gilfranco – Achar que em filosofia se pode falar de qualquer coisa de qualquer jeito, e pensar sozinho, sem levar em conta o que outros pensam ou já pensaram a respeito. Achar que filosofar é uma condição para gênios ou para pessoas que vivem no mundo da lua e que se pode fazer sempre. Não entender que a filosofia e pensar filosoficamente exigem um esforço extremo.

11 - É possível que vocês já tenham escutado alguém dizer que filosofia é coisa de maluco. Por outro lado, o curso tem sido a opção de muitos por considerarem o conteúdo de fácil assimilação. Vocês acreditam haver preconceito por parte da sociedade com relação à filosofia?

Profª. Geovana – As pessoas se enganam muito em relação ao conteúdo filosófico por alguns motivos, um deles é que não temos bons profissionais lecionando no ensino médio, o que contribui para uma visão totalmente deturpada do que seja a filosofia; acredito que muitos estudantes prestam o vestibular para filosofia não por acharem o conteúdo de fácil assimilação, mas pela concorrência que, geralmente, é menor que em outros cursos. Preconceito sempre existe, mas o motivo é a ignorância. Sobretudo numa comunidade extremamente conservadora como a de Amargosa.

Prof. Gilfranco – Há muitos preconceitos em relação à filosofia, como há preconceitos em relação a tudo. Aliás, como disse Karl Popper, certa vez, em um documentário, a filosofia começa justamente pela tentativa de superação dos preconceitos. A filosofia também precisa ser descoberta num processo de superação de preconceitos com relação a ela própria. A filosofia é coisa de maluco sim, mas no sentido de que não dá para viver afogado no pragmatismo mundano e conseguir filosofar; também no sentido de que filosofar perverte de certa maneira a compreensão comum: nesse sentido, quem filosofa fala coisas que em geral não se está acostumado a ouvir; por fim, o ato de filosofar modifica a pessoa e sua maneira de olhar para o mundo: quem filosofa não consegue nunca olhar o mundo do mesmo jeito, sem colocá-lo em crise. Se o curso de filosofia tem sido uma opção para aqueles que acham que é fácil assimilá-la, eles próprios verão que não é tão simples assim. Por isso muitos acabam desistindo no meio do caminho ou nunca conseguindo se encontrar no curso e no exercício filosófico. A filosofia não é tão simples assim: ela exige muito estudo, muita leitura de grandes textos da tradição e muito esforço de pensamento.

12 - Existe o politicamente correto na reflexão e no pensamento filosófico?

Profª. Geovana – A discussão sobre o que seja politicamente correto é moral, política e em última instância, ética. E isso é sem dúvida tema para a filosofia. Agora, se você está perguntando sobre o comportamento dos filósofos e dos professores de filosofia, como qualquer ser humano, nem sempre eles são os mais politicamente corretos da face da terra. Você também pode estar querendo saber se há temas que a filosofia não poderia tratar por questões morais. Se for isto, eu acredito que não. Como disse acima, tudo é tema para reflexão filosófica.

Prof. Gilfranco – Existe o ético na reflexão filosófica, bem como pode haver sinceridade e honestidade, coisa que nem sempre existe na mera perspectiva do “politicamente correto”. Eu pessoalmente penso que deve haver polidez mínima e respeito no pensamento filosófico. Então mais do que o politicamente correto eu advogaria para a filosofia a existência do respeito no pensamento filosófico ao tratar dos mais diversos assuntos. Criticidade, respeito e responsabilidade são, ao menos para mim, ingredientes fundamentais na exposição do pensamento. Mas eu entendo que esta é uma exigência muito mais da pessoa que filosofa do que do discurso em si. Acaba por ter que se tornar uma exigência política.

13 - É correto dizer que a filosofia explica, mas não responde?

Profª. Geovana – Penso que cada filosofia é uma resposta a determinados problemas e, portanto, também uma explicação. Podemos afirmar, entretanto, que uma resposta não invalida a outra porque a filosofia não funciona como a ciência, que progride a partir da superação ou substituição de uma teoria por outra. Há quem veja progresso na filosofia, eu não vejo desta forma. Mas isto não tem nenhum sentido pejorativo, muito pelo contrário, é justamente porque ela não progride que é um saber universal.

Prof. Gilfranco – Não. Acho que a filosofia é capaz de explicar e responder o que coloca em questão. Apenas o tipo de questão que ela se coloca exige respostas explicativas muito mais profundas e cuidadosas do que geralmente se espera quando se pergunta. A filosofia não explica as causas de fatos empíricos específicos, porque já não se propõe esse tipo de questões, deixando essa tarefa para a ciência em suas especificidades; a filosofia não fornece receitas prontas ou modos de como fazer coisas, bem como não procura estabelecer os meios de aplicação de teoria: o que a ela interessa são as implicações da ação humana sobre o mundo, especialmente implicações de caráter ético e político, e não simplesmente propor modos de fabricação ou utilização de coisas, pois essa é uma tarefa da técnica; a filosofia também não apresenta resposta de chofre às perguntas, por que essas não são autenticamente respostas, porque não avaliam de maneira ampla. Para questionar, explicar e responder a filosofia precisa sempre percorrer um caminho longo e paciente, porque ela é exigente consigo própria.

14 - Quais são os planos para o Café Filosófico neste semestre?

Profª. Geovana – Nós já temos agendado o primeiro que será agora, no dia 02 de setembro. A professora Denise Magalhães da Costa, nossa colega de colegiado, discutirá o tema “Um olhar filosófico sobre a obra de Clarice Lispector”, e a debatedora será a professora Ângela Vilma, do colegiado de Letras daqui. Outros três Cafés já estão programados para este semestre, porém, como podem ocorrer alterações em nosso cronograma, não gostaria de divulgá-los agora.

15 - E para encerrarmos, que dica vocês dariam para quem quer estudar filosofia profissionalmente?

Profª. Geovana – A única dica que posso dar é que leia os clássicos, ninguém pode se formar filósofo sem conhecer a história da filosofia.

Prof. Gilfranco – Ler a literatura filosófica. Procurar entender as questões de fundo que se colocam. Percorrer os caminhos de pensamento que outros filósofos em todas as épocas já percorreram e tentar acompanhar e compreender o que dizem, pensando com eles. Só assim poder-se-á saber a que tipo de problema a filosofia lhe convida em seu determinado tempo e poder-se-á estar capacitado a responder à altura e com fôlego conceitual suficiente.



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

MOBILIZAÇÃO DAS CATEGORIAS NO CFP/UFRB
Por Anderson Souza

Na última quinta-feira (25/08/2011), alunos, professores e técnico-administrativos do Centro de Formação de Professores (CFP) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), mobilizaram-se para reivindicar melhores condições de estudo, de trabalho, reajustes salariais e diversas outras questões específicas e em comum.

Logo abaixo podemos assistir parte do que aconteceu durante todo o dia de manifesto: os motivos, as divergências e os possíveis avanços, com depoimentos e esclarecimentos de suas respectivas categorias. Acompanhe...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

OUTRO NOVO CICLO...
Por Led Beslard



Mês passado encerrei definitivamente as atividades do Café & Cultura. Vários foram os motivos, entre eles minha difícil administração com o tempo de funcionamento e o aumento abusivo do aluguel do espaço. Mas, o principal motivo foi a falta de ânimo e interesse do público local em geral, já que a curiosidade e o efeito da sensação de novidade haviam passado. Deste modo, a frequentação ficou restrita a uma pequena parcela da população, sendo a maioria estudantes de outras cidades, o que comercialmente não era rentável, pois não cobriam os custos para manter o vigor do estabelecimento.

Ao contrário das más línguas, posso dizer que o Café & Cultura deu certo sim. Durante um ano e meio promovemos divertidas festas, jam sessions com músicos locais e de outras cidades, parcerias com a UFRB, exibindo alguns filmes com o Cine Rapadura e colaborando com as palestras do cultuado Café Filosófico; por fim, abrimos espaço para cursos de teatro e audiovisual.

Tudo isso poderia ter acontecido – e continuar acontecendo – sem a existência do Café & Cultura, mas, modestamente, não acredito que de fato aconteceria. Na verdade, acho que o Café demonstrou atitude e, possivelmente, incentivou muita gente que estava mergulhada na inércia e na falta de criatividade.

Bom, apesar da rápida aceitação da comunidade (que alguns amigos chamavam de fogo de palha e hoje eu posso concordar) e sucesso das manifestações culturais geradas sobre minha batuta, cansei de tentar incorporar à cidade atividades que ela, ao que parece, nunca fez questão de ter. As pessoas parecem estar contentes com suas pacatas vidinhas, pelo menos, na cidade não faltam bares e todos parecem ter uma tv em casa.

De maneira alguma posso dizer que estou diante de um povo sem cultura. Primeiro, porque seria muita presunção minha, e segundo porque todo povo tem uma cultura própria e inegável. Mesmo que esta cultura esteja voltada apenas para o São João, como é o caso de Amargosa. Comprovadamente, para quem gosta, a cidade fervilha no período junino, porém no resto do ano o tédio assola.

Hoje, algumas pessoas se demonstram surpresas com o fechamento do Café dizendo que ali era um local fabuloso e que é uma pena não tê-lo mais como opção de lazer. Confesso que surpreso fico eu ao ouvir coisas como essa de pessoas que não freqüentavam o local, ou quando apareciam ficavam alheios a qualquer atividade e nem uma bala de café compravam.

Apesar de tudo não estou me sentindo mal com o fim do Café & Cultura, nem tão pouco falo todas estas coisas por despeito ou raiva, pelo contrário. Até porque tenho várias outras ideias, as quais pretendo desenvolver seguindo a mesma veia artístico-cultural que o Café propunha, apenas focando em outra direção. Foi uma ótima experiência para mim, tanto profissionalmente quanto intelectualmente, pois pude ver e conviver mais intensamente com pessoas de diversas qualidades (e defeitos). Me relacionando e analisando o comportamento das pessoas desta cidade pude me conhecer um pouco mais. E claro, praticar, confesso, o que estava um pouco em baixa em mim, o que acho mais nobre no ser humano: a paciência e a tolerância.