quarta-feira, 7 de setembro de 2011

DOIDA? EU?
Por Priscila Leal



Estive presente na Assembléia Geral dos Estudantes no Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e por conta do último contato que tive com o movimento, onde apresentei algumas críticas à categoria discente, na qual estou inserida, compareci de rosto pintado, representado a mordaça que as vaias dos meus colegas significaram para mim e em posse de um cartaz com a seguinte pergunta: “Os fins justificam os meios?”.

Desde o princípio venho me posicionando diante das ações radicais da minha categoria. Não por desejar que essas mobilizações parem, mas com o intuito de provocar reflexão sobre os meios adotados para chamar atenção.

Ainda continuo sem compreender por que se inverteu a lógica das negociações e se começou pela paralisação/greve. Continuo aguardando a formalização das reivindicações para estabelecimento do diálogo com as demais categorias da instituição, o que caracterizaria maior respeito aos demais. Não é pelo fato de ter havido desrespeitos a nossa categoria, em outros momentos e movimentos, que vamos começar desconsiderando esse indispensável direito.

Ontem a assembléia pretendia unificar as pautas dos cursos organizados no CFP, até o momento que permaneci (21h30min), ainda não havia terminado a leitura de todas as pautas. Fiquei ali, com o rosto pintado, me perguntando, se nossa pauta ainda não estava pronta como podemos argumentar que não estamos sendo atendidos? Se ainda nem dialogamos por que já estamos nas ações radicais, que normalmente são tomadas ao final de negociações? Então o grito pela educação de qualidade pode se da por qualquer via? De qualquer forma? Qual melhor formato para as negociações em nossa situação? Parece que algumas pessoas estão apontando para o diálogo, mas ainda não vi minha categoria apresentar interesse em ouvir. A final, como se dão as batalhas na era da informação? Com a força dos braços ou com a veracidade dos discursos?

Gostaria que meus colegas lembrassem que não estamos em uma guerrilha, nem tão pouco retrocedemos a ditadura. Por isso vale refletir sobre as críticas e sobre as preciosas dicas que estão apontando para outros direcionamentos dentro do movimento. Para que não se apresentem apenas ações radicais e totalitárias. Essas críticas e dicas podem contribuir para o amadurecimento do movimento estudantil na UFRB, que me parece ser o desejo de muitos que gostaria de assumir uma posição mais formal com o movimento estudantil, até presencial, mas fica impossibilitado por causa de certas posturas tomadas pelo comando de paralisação.

Enquanto não perceber em minha categoria o respeito aos colegas que desejam suas aulas e não encontrar um documento oficial que justifique todas as ações feitas até aqui, vou permanecer fazendo minhas críticas e aguardando confiante que, embora não pareça, esse tal comando de paralisação, saiba mesmo o que está fazendo.

Manifesto publicamente, mais uma vez, minha preocupação com os rumos dessa paralisação/greve, quanto ao andamento do semestre e das muitas atividades comprometidas nesse momento pela paralisação. Espero que os resultados justifiquem os caminhos tomados pelo movimento estudantil da UFRB.

Reafirmo não estar contrária ao movimento. Embora não tenha votado pelo “Paralisar para mobilizar”, proposto na Assembléia Geral em Cruz das Almas não desejo a minha categoria nenhum fracasso.

Um comentário:

Carlos Baqueiro disse...

É a velha fórmula leninista de se fazer política... poucos estabelecem uma "pauta", e os outros muitos apenas cumprem. Nada de novo no front, cara Priscila.