domingo, 4 de setembro de 2011

QUEM TEM DIREITO?
Por Anderson Souza



Na última sexta-feira (02/09/2011) recebi uma ligação informando que alunos em manifestação bloqueavam os portões do prédio administrativo do CFP/UFRB com pedras, correntes e cadeado, impedindo a saída de professores, técnicos e demais pessoas que lá se encontravam. Já passava das 22h e confesso que não estava muito disposto a registrar o acontecimento, mas meu lado profissional falou mais alto e então fui ver o que realmente acontecia.

Chegando lá percebi que o clima estava tenso. Alguns se recusavam a negociar, simplesmente, enquanto minha câmera estivesse ligada e registrasse o que faziam. Outros, mesmo contra a atitude da maioria, não puderam se manifestar para o fim do impasse por medo de retaliações da categoria estudantil. “Eu não vou poder fazer mais nada. Como é que eu vou poder ir de encontro ao tanto de gente que estava aqui nesse instante? Eu vou ser triturada, né?”, temia uma aluna que ainda se justificava: “não somos nós... Tem uma galera que é mais sensata tentando sentar e dialogar... Mas a gente não pode responder por todos”.

Houve ainda quem manifestasse seu direito de imagem: “Ohh, ohh a questão do direito de imagem aí...?”, o que, cá pra nós, me fez rir por tamanha ingenuidade e cara de pau. E logo um dos aglomeradores partiu para cima de mim tentando impedir que eu filmasse, exigindo que a câmera fosse desligada. Opa, quem é mesmo que quer falar de direito? Imaginei: se toda denúncia (registrada com imagens) só pudesse vir a público se os envolvidos dessem permissão de transmiti-la, será que de fato existiria alguma denúncia contra alguém? Sem contar que tudo ocorreu em local público. Não invadi a privacidade de qualquer um. Agora, se não pode assumir seus próprios atos é melhor ir procurar estudar e fazer valer seu papel de estudante.

Por fim, resolveram abrir os portões, e dessa vez alegando ter havido um engano, pois segundo uma das manifestantes toda aquela ação era direcionada a uma determinada diretora que eles acreditavam estar no prédio. E assim, depois de tanto bate-boca, negociações, intransigências e medo, tudo foi resolvido (pelo menos naquele instante) e todos seguiram seus rumos e a noite terminou com um final feliz.

Para aqueles que pensam em me processar, sugiro que se informem melhor antes de fazer qualquer ação ou declaração, pois o que vejo é que muitos estudantes ditos manifestantes não têm o menor embasamento sobre a maioria das coisas em que se envolvem (raras exceções). Percebi isso na mobilização e percebo isso agora. Outra coisa é que, se o ato cometido na sexta-feira por esses alunos é legal, do que eles têm medo? Ainda estou pensando na divulgação do conteúdo em vídeo, até porque não tive tempo de rever completamente o que gravei e se dará para argumentar de maneira correta o que de fato aconteceu através das imagens. Mas, se eu publicar e alguém desejar me processar, que faça, mas sabendo o que está fazendo. Direito de imagem... Palavras bonitas tiradas de cenas de novelas não fazem efeito na vida real.

*Apesar de não citar nomes aqui, tenho os depoimentos e imagens de alguns dos envolvidos, gravados como provas do que publico agora.

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