sexta-feira, 9 de setembro de 2011

SEMINÁRIO: A ERA DO PANÓPTICO
& A SOCIEDADE DE CONTROLE

Por Carlos Baqueiro



Introdução ao Panóptico:

No final do Séc. XVIII o filósofo e jurista inglês Jeremy Bentham concebeu pela primeira vez a ideia do panóptico. Para isto Bentham estudou “racionalmente”, em suas próprias palavras, o sistema penitenciário. Criou então um projeto de prisão circular, onde um observador poderia ver todos os locais onde houvesse presos. Eis o panóptico.

Ele também observou que este mesmo projeto de prisão poderia ser utilizado em escolas e no trabalho, como meio de tornar mais eficiente o funcionamento daqueles locais.

Foi naquele período da história que, segundo o francês Michel Foucault, iniciou-se um processo de disseminação sistemática de dispositivos disciplinares, a exemplo do panóptico. Um conjunto de dispositivos que permitiria uma vigilância e um controle social cada vez mais eficientes, porém, não necessariamente com os mesmos objetivos “racionais” desejados por Bentham e muitos de seus antecessores e contemporâneos.

Dos anos 60, do Séc. XX, quando Foucault escreveu suas primeiras obras, até o início do Séc. XXI, novas tecnologias de comunicação e informação surgiram, permitindo novas formas de vigilância que por vezes se tornam tão dissimuladas que não são facilmente percebidas pelos indivíduos. Tornam-se também naturalizadas, não deixando claros todos os objetivos de quem se utiliza daquelas novas técnicas de vigilância.

Nestes novos tempos a vigilância também vem adquirir uma nova característica. A possibilidade de observação de todos sobre todos. Hoje é possível ao patrão ler mensagens de correio eletrônico de seu empregado, mas também existe a possibilidade de colegas lerem mensagens de colegas, maridos de esposas, pais de filhos, a partir de ferramentas gratuitas disponíveis na Internet, por exemplo.

Empresas conseguem, a partir de celulares, monitorar o local onde se encontram seus empregados. Governos e crackers podem, com o instrumental adequado, ter as informações bancárias de qualquer cidadão, a partir de banco de dados individuais (como aqueles referentes a antiga CPMF, por exemplo) e câmeras digitais vigiam cada metro quadrado de aeroportos. O panóptico se disseminou. E como afirmou enfaticamente em meados dos anos 90 outro filósofo francês, Gilles Deleuze, isso gerou a criação de uma Sociedade de Controle.


PROGRAMAÇÃO:
Dia: 14 e 15 de Outubro de 2011
Local: Auditório do PPGEduC UNEB, Cabula - Salvador / Bahia

Dia 14 (Sexta-Feira).
14h - Abertura - Eduardo Nunes (PPGEduC).
14h30 - André Lemos - Mídia Locativa e Vigilância. Sujeito Inseguro, Bolhas Digitais, Paredes Virtuais e Territórios Informacionais.
15h30 - Ana Godoy e Nildo Avelino - Educação, Meio Ambiente e Cultura: Alquimias do Conhecimento na Sociedade de Controle.
16h30 - Debate.
17h - Lançamento da 2ª Edição do Livro “Do Governo dos Vivos” de Michel Foucault, Organizado por Nildo Avelino.

Dia 15 (Sábado).
09h - Abertura.
09h30 - Carlos Baqueiro - O Blog A Era do Panóptico: Pesquisa e Resistência à Sociedade de Controle.
10h30 - Ricardo Liper - A Sociedade Orwelliana em 1984.
11h30 - Debate.
12h - Encerramento do Seminário.

Promoção: Blog A Era do Panóptico - http://aeradopanoptico2011.wordpress.com/

Um comentário:

Anônimo disse...

Espero sua presença caro camarada... pelo menos no sábado. :-)

Carlos Baqueiro