Por Anderson Souza
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Hoje, 07 de abril, é o dia nacional dos jornalistas.
Nos noticiários locais vejo repórteres falando errado, dando informações erradas, bajulando a polícia, incitando o público à violência, acusando e humilhando suspeitos. Definitivamente, não foi isso que me levou a escolher o jornalismo como profissão. E o pior é que as coisas estão se agravando a cada dia. Na busca pela audiência, quase todos os canais disputam a atenção dos telespectadores com reportagens sensacionalistas, imagens escabrosas e comentários ridículos.
Nos noticiários nacionais, a maioria dos assuntos é para agradar empresários mercenários, suas esposas fúteis e seus filhos mimados, ou seja, a burguesia. Quando tratam dos menos favorecidos, na melhor das hipóteses, são para ensiná-los a aceitar e a se comportar quando forem demitidos dos seus mal remunerados empregos, por exemplo.
Outro fato interessante que percebo, é a mudança de foco de muitos jornalistas para atividades que não são de interesse público, pelo menos em minha opinião, mas que acabam se tornando extremamente importantes e indispensáveis para a população brasileira. Veja o caso de Pedro Bial, jornalista que já cobriu diversos e importantes fatos históricos e hoje apresenta o programa Big Brother versão Brasil, reality show de conteúdo dispensável para nossa sociedade.
Faz aproximadamente dois anos que me formei e ainda não consegui um emprego na área. Aliás, dos meus colegas de turma, se não me engano, somente os que já trabalhavam na área e estavam em busca apenas do diploma para continuar em suas repartições, e uns dois ou três gatos pingados podem se dar ao luxo de exercer a profissão (parte por mérito, outra por puxa-saquismo e outra por coligações). A maioria, infelizmente, por falta de oportunidade, ganha a vida da maneira que pode. Assim, vou praticando o que aprendi aqui no blog e me especializando da melhor maneira po$$ível.
Por tudo isso, sinceramente não sei se há muito o que comemorar. De qualquer maneira parabenizo a todos os profissionais sérios que trabalham diferentemente de tudo que foi citado acima. Afinal, em todo lugar existem competentes e incompetentes, no jornalismo não é diferente.
2 comentários:
A sensação que tenho é que esse tipo de jornalismo tende a crescer, infelizmente. É nele que o povo se vê: dessa maneira torta, exdruxúla, rídicularizada e sai reproduzindo o que assite sem perceber que tipo de máquina é esta, na qual polícia e bandidos (ou supostos bandidos) brigam pra ver quem tem mais espaço. Querem estar "na mira"...
Fico deprimida toda vez que vejo no que estão tranformando o jornalismo... Tenho ainda a ilusão utópica que ele pode mudar o estado das coisas.
É meu amigo estamos no mesmo caminho, ainda não ingressei na área, mas tô na batalha. Muitos de meus colegas de classe se foram, procurar campo em outras terras. Mas eu continuo, assim como vc me especializando no que posso. Como diria Maiakóvski:
firme,
fiel
e verdadeiramente.
Parabéns pelo nosso dia e pelo ótimo texto.
Oi...
Vamos sorrir, e dar boas risadas, como fazia o velho Diógenes, em frente da casa de Sócrates...
Sejamos Cínicos... mas verdadeiramente cínicos, irônicos, sarcásticos...
A "Revolução Social" pode até não vir do jeito que queremos, mas no final das contas (e da vida) já teremos rido o suficiente dos filhos das putas... e eles vão ficar putos querendo saber de que tanto rimos... :-)
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