Por Led Beslard

Para muitos, as chances de ficar rico através do próprio trabalho é quase nula, por esse motivo vêem nos jogos a única possibilidade de enriquecimento. O desejo de ter dinheiro para poder comprar tudo que lhe for possível é grande e em muitos casos chega a ser obsessivo. Contradizendo algumas doutrinas religiosas contrárias à prática dos jogos de azar, muitas vezes o ato de jogar torna-se uma espécie de "ritual sagrado" que culmina num verdadeiro "milagre" que é a premiação. O jogo está verdadeiramente ligado à situação social, pois quem joga vislumbra no prêmio uma grande oportunidade de mudança no nível de vida.
Lembro-me, dentre os diversos programas de tevê que estimulam a jogatina, do "topa-tudo por dinheiro", em que Sílvio Santos incitava sua platéia perguntando "quem quer dinheiro?". Mas, na verdade quem não quer?
Meu amigo, Carrombé Sampaio, acredita que o jogo sempre pode lhe proporcionar algo, por mínimo que seja. "Porque tenho fé e se não jogar não ganho", justifica ele quando lhe pergunto sobre o seu hábito de jogar. Ele gosta de jogar e diz "que é preciso fazer uma avaliação das probabilidades" e garante que "a lotofácil é a que oferece mais chances", mas investe na mega-sena, no bicho, em bingo, em caça-níqueis. Diz que o faz por entretenimento, apesar de admitir que "qualquer forma de jogo, em sua maioria, leva o apostador ao prejuízo". Sr. Argolo, o pai de Carrombé, aconselha: "se você ganhou , o que tem que fazer? Não jogar mais hoje. Tenha certeza que se for, você só vai perder o que ganhou". E a mãe, Dona Edite, diz que "jogo é coisa de gente besta".
A mega-sena é o tipo de loteria mais desejado de todos os jogos. Com aposta mínimas de R$ 2,00, o apostador pode ganhar milhões, se a sorte estiver ao seu lado. Digo isso por considerar as probabilidades (aquelas que meu amigo citou), por exemplo, a chance de uma pessoa acertar sozinha o resultado de seis números sorteados é de 1 em 50.063.860. O mais interessante é que esses dados estão no verso dos bilhetes de apostas, no entanto isso não chega a causar desistência na hora de fazer uma "fezinha".
Uma outra informação curiosa que o bilhete traz é sobre "qual é a destinação social dos recursos?", ou seja, esgotado o prazo para apostas, é computado o total arrecadado e em seguida são distribuídos, percentualmente, a alguns setores do território nacional. Segundo consta: "4,5% do Ministério do Esporte a título de adicional do valor apostado, são destinados para outros beneficiários sociais; 3% no Fundo Nacional da Cultura, 1,7% Comitê Olímpico Brasileiro, 0,3% Comitê Paraolímpico Brasileiro, 18,1% Seguridade Social, 7,76% Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior, 3,14% Fundo Penitenciário Nacional e 13,8% a título de IR".
Mas você que está lendo este texto agora, pode me responder onde podemos ver os resultados dessas aplicações? Na verdade o governo fatura muito com esse tipo de jogo "legalizado". Quando alguém ganha milhões em jogos como esse, saibam que o governo leva a maior fatia do bolo. De qualquer maneira, boa sorte a quem se aventurar.
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