terça-feira, 31 de março de 2009

SÓ UMA COISINHA...
Por Led Beslard



Hoje estou feliz com algumas novidades.
Mas não tenho muito para dizer.
Preciso do silêncio para refletir.
Então, me calo na escrita desta vez.
Divirta-se, jovem artista!
Hoje não tem muito para você ler.

sábado, 28 de março de 2009

CALAMIDADE PÚBLICA.
Por Led Beslard

A dengue tem vitimado várias pessoas em todo o Brasil. Coisa típica de país de terceiro mundo. A Bahia não fica atrás em números de casos de morte pela doença. Quando será que vamos nos livrar dessa praga?

Segundo Badú Bessa, baterista da banda Agressivos, Josias Lago, guitarrista da mesma banda, se recupera de uma terrível dengue hemorrágica. Felizmente, Josias passa bem e logo estará de volta aos palcos para detonar com a Agressivos.

Enquanto isso, você vê o vídeo da música “Mente Vazia é Maquinário do Diabo”, produzido pela própria banda com imagens dos ensaios.

quinta-feira, 26 de março de 2009

AMANHÃ
Por Led Beslard


Imagem: G. Monteiro

Amanhã será um novo dia
Mas eu não sei se estarei lá amanhã
Pior seria se não houvesse um dia
Para que eu tivesse a chance de viver melhor

Amanhã será um novo dia
E a cada dia uma manhã a nascer
Me surpreendo com alegria
Com cada dia novo que tenho no amanhã pra viver

Tudo muda de lugar
(enquanto o mundo gira)
Mas nem tudo está mudado
Nada cai do céu, nada é de mãos beijadas
E isso me estimula a não ficar parado

Agora eu tenho mil motivos para acreditar no amanhã
Agora eu tenho uma razão real para viver amanhã

sábado, 21 de março de 2009

“QUÍMICA PERFEITA”
Por Anderson Souza.



Com 5 anos de existência, a banda Opus Incertum vem se firmando na cena rocker soteropolitana. Com um repertório contagiante e divertido, Fábio Gomes (baixo), Nino Mendes (bateria), Luciano “Presuntinho” Andrade (guitarra) e Elmo Amorim (voz e violão) estão sempre dispostos a tocar até o público cansar de dançar. Tendo como base o rock tradicional, agregam ao seu som influências do punk, blues e até do reggae, surpreendendo a todos por onde passam. Numa entrevista rápida Nino, Fábio e Elmo nos falam um pouco mais sobre a banda.

NEW BRUTALITY – Apesar de ser a mais manjada de todas as perguntas, é inevitável não fazê-la. Então, para deixar nossos leitores a par da situação, nos diga: como surgiu a banda?
NINO MENDES –
Eu já conhecia Presuntinho. Tocamos juntos em uma banda de reggae daqui de Salvador. O mesmo aconteceu com Fábio. Soube que ele havia saído de uma banda de rock e tava parado. Já éramos três, então, faltava o vocalista. Foi então que, fugindo do carnaval, fui à ilha de Itaparica passar uns dias na casa de amigos e lá Elmo tocava violão. Fiz o convite, e duas semanas depois estávamos em estúdio ensaiando.

NB – De que maneira as composições da banda são construídas e consideradas prontas para divulgação?
FÁBIO GOMES –
Com toda liberdade. Acatando as influências de cada um dentro de um contexto rock n' roll. E a partir do momento que são aceitas pela banda já fazem parte do repertório.
NINO – Na maioria das vezes, eu, Gomes ou Elmo chegamos com a letra e Presuntinho se encarrega de colocar as bases e tal. Agora estamos tentando fazer o contrário, primeiro a melodia e depois a letra. Já ocorreu isso em Genérico, Cidadão Soldado e Open Bar, por exemplo. Queremos usar essa fórmula com mais frequência.

NB – Uma coisa que costuma causar polêmica numa banda são as letras das músicas. Quais são os temas discutidos por vocês?
ELMO – Não existe um tema definido. Falamos de política, sobre o ser humano, seus medos e angústias, e do que mais der vontade.
FÁBIO – O que a gente não quer de verdade é colocar um rótulo em cima da Opus Incertum. Já sofremos com a liberdade de expressão e agora vamos preservar a liberdade musical.

NB – É comum em um relacionamento haver brigas e discussões, principalmente numa banda. O que é preciso para manter o grupo unido, apesar dos problemas?
NINO –
Compreensão. É preciso respeitar os motivos dos outros.

NB – Qual a proposta da banda diante da complicada cena rocker local?
FÁBIO –
Não ser mais uma banda de rock da Bahia, não fazer parte de nenhum grupo diferenciado ou clubinho e sim tocar, tocar e tocar.
ELMO – Ah sim, tocamos em casamentos, 15 anos e por aí vai (risos).

NB – Como tem sido a relação da Opus Incertum com as mídias locais?
ELMO –
Boa. Sem frescuras. Sempre fomos respeitados e atendidos de maneira gentil. De meados de dezembro até o fim de janeiro tivemos os rostos estampados no jornal de maior circulação do estado pelo menos umas 5 vezes. O leitor deve estar de saco cheio de ouvir falar na Opus Incertum (risos).
NINO – Falta um pouco mais de espaço. Felizmente, no momento que precisamos, fomos atendidos. Espero que as coisas continuem crescendo com a gente e com as outras bandas do estilo.

NB – Vocês estão tocando bastante em alguns bares e espaços underground de Salvador. Há algum projeto para um show de maior estrutura?
ELMO –
Estamos prontos, é o que pensamos (risos). Tomara que depois desta entrevista mais coisas boas aconteçam.

NB – A Opus costuma tocar alguns covers em suas apresentações. Vocês não têm medo de ficar marcados pelas músicas de outras bandas?
NINO –
Medo, não. Temos critérios. E já ouvimos pedidos do público pra tocar canções como Genérico, Lado Animal, entre outras canções da gente. Isso deixa claro e visível que o público diferencia e entende a proposta da banda.

NB – Parece que vocês estão preparando um cd de divulgação. Falem-nos um pouco sobre o processo de gravação.
FÁBIO –
Já estamos masterizando 5 faixas autorais, uma delas gravada ao vivo.

NB – A indústria fonográfica passa por um visível momento de crise. Por outro lado, a distribuição de músicas pela internet tem sido uma alternativa significativa para muitas bandas, principalmente no aspecto custo/beneficio. Por que vocês apostam no suporte “cd”?
ELMO –
O cd vai ser utilizado como um “currículo”. É apenas uma forma de divulgação. Serão encaminhados a alguns produtores, bares e festivais. Mas, temos myspace, vídeos amadores no youtube e um blog.

NB – Hoje em dia, outro veículo de divulgação bastante utilizado no meio musical é o videoclipe. Há alguma música que a banda pretende usar com este recurso?
NINO –
Existe o projeto de um videoclipe. O roteiro até está pronto, mas falta grana.

NB – Para quando está previsto o lançamento de todo material?
FÁBIO –
O mais breve possível de se sonhar. Depende da crise (risos).

www.myspace.com/opusincertumrock

quinta-feira, 19 de março de 2009

EXCURSÃO MOTORHEAD EM RECIFE-PE
Por Fábio Ramos e George Lessa



Vamos agora nos organizar para mais uma devastadora excursão. Dessa vez, vamos ao encontro do deus Lemmy (Motorhead) em Recife-PE, dia 17 de abril de 2009.

O que? Show do Motorhead em Recife-PE
Quando? Dia 17 de abril de 2009
Quanto? R$ 230,00 – Ida / Volta + Ingresso

Obs: O ônibus sairá da frente do Shopping Iguatemi, dia 16 de abril, 21h. Voltaremos dia 18 de abril de 2009 após o término do show.

Contatos:
Fábio Ramos
fabiodeathmetal@hotmail.com
Tel: 8788-9058

George Lessa
george_highlander@hotmail.com
Tel: 8867-1673

terça-feira, 17 de março de 2009

MUNDO INSANO
Por Rogério Batista


Imagem: Rogério Batista

Dente de crocodilo...
Pequeno alienígena...
Bagagens ilusórias...
Útero de imagens,
O antigo e o novo
caminham juntos,
Experiências fúteis,
Longes lembranças,
Clausura de uma mente febril,
Inconsciente ciente,
Quem foi o que era não retorna
ao que será,
Foi -se o sonho, vem a real loucura certa
coberta de esperanças e caos...

sábado, 14 de março de 2009

“SUPERTERRORIZER”
Por Anderson Souza



A Fullminant é uma das novas revelações do underground baiano. Formada em 2007, já tem no currículo diversas apresentações em Salvador, inclusive nos principais festivais da cidade. Com letras cantadas em português, seu som pesado e técnico passeia por diversas vertentes do rock, dando mais dinâmica às músicas, sem perder a identidade. Conduzida por Júlio “Nikkury” (vocal), Bonne Saint´Anna (guitarra), Luan Viana (baixo) e Renato “Corpse” (bateria), a Fullminant tem sido comentada e elogiada por suas performances demolidoras. Hoje, conversamos com o bem humorado guitarrista Bonne Saint´Anna sobre essa promissora banda de “thrash/death metal melódico”.

NEW BRUTALITY – O que difere a Fullminant das outras bandas de metal em Salvador?
BONNE SAINT' ANNA –
Nós procuramos colocar bastante originalidade em nossas músicas, sem a preocupação de se rotular em determinadas vertentes do metal, pois temos influências de vários estilos e na hora de compor nenhum fica tão evidente. Além das letras em português, o que quebra alguns paradigmas que são quase que determinantes no estilo do qual fazemos parte.

NB – Em que a banda se inspira para compor suas músicas e letras?
BONNE –
Nos inspiramos em várias questões, como conflitos religiosos, pessoais e psicológicos. Algumas abordam questões introspectivas que revelam um pouco da personalidade de cada integrante. Em relação às músicas, como único guitarrista, procuro fazer riffs marcantes, porém, simples. Até porque não sei fazer diferente (risos). Visto que não há uma preocupação com subdivisões, as músicas surgem de maneira espontânea, em qualquer lugar, como num ponto de ônibus, no meio da madrugada, numa boa conversa com amigos, num momento bom ou ruim das nossas vidas. E daí, tudo ao meu redor é transformado em inspiração.

NB – Como você define a cena rocker soteropolitana?
BONNE –
É realmente uma pergunta complicada de se responder. Apesar de haver diversos fatores que contribuem para o definhamento da cena rock/metal, não só aqui na Bahia, mas também em todo o país, ainda existem alguns pontos de resistência e algumas bandas que vêm fazendo um ótimo trabalho pra mantê-la cada vez mais forte e viva.

NB – Por vezes, você fez parte do público do Palco do Rock. Este ano, sua banda foi uma das principais atrações do festival. Como foi a experiência de tocar pela primeira vez no evento?
BONNE –
Uma experiência inigualável. É algo de que se deve lembrar por muito tempo. Ainda mais pra nós, com pouco mais de 2 anos de banda. Confesso que eu, que já tinha estado em 12 edições como público, fiquei muito nervoso e extasiado. Até que, no fim do show, não deu pra segurar. As lágrimas rolaram mesmo (risos).

NB – Você é um cara bastante carismático e conhecido na cena. É comum que sua imagem seja diretamente associada a Fullminant. Isso gera algum tipo de conflito com o resto do grupo?
BONNE –
Não. Isso porque eu nem sabia que sou carismático (risos). De qualquer forma, mesmo que isso ocorra realmente, não afeta os membros da banda. Porque adotamos uma política democrática na banda, e pra nós a Fullminant não tem dono ou líder. Todos trabalham conjuntamente para o amadurecimento da banda e da nossa música.

NB – Qual a sua opinião sobre a execução de covers, considerando a excessiva empolgação do público no mesmo instante e uma possível rotulação no estilo da banda?
BONNE –
Tocar cover é algo muito complicado. Não por uma possível rotulação, mas porque isso desvia a atenção do público das músicas da banda. Aí sempre acaba rolando aquela galerinha que fica na frente gritando: “toca slayer!” (risos). Quanto à rotulação, achamos que isso nem acontece hoje em dia porque muitas bandas fazem covers de outras de estilo totalmente oposto.

NB – Quais bandas baianas você admira e acompanha o trabalho?
BONNE –
São tantas que fica difícil dizer. Vou falar algumas, mas ainda irão faltar outras tantas. Tharsis, que infelizmente acabou, Pandora, Insaintfication, Dryad, Keter, Minus Blindness, Acanon, Dimensões Distorcidas, Decomposer, Honra, Agressivos, entre tantas outras bandas boas que compõem nossa cena. Difícil lembrar de todas (risos).

NB – Quais são os planos da Fullminant para este ano?
BONNE –
Estamos planejando dar início às gravações de nossa primeira demo, e logo em seguida fazer um trabalho de divulgação mais extenso.

www.myspace.com/fullminant

quinta-feira, 12 de março de 2009

PARA ALEGRAR A ALMA.
Por Led Beslard

Definitivamente, para a música não existe fronteiras. Uma simples melodia pode nascer a qualquer momento, por qualquer pessoa, em qualquer lugar e se transformar, despretensiosamente, em um hino universal.

Esta semana, lendo uma coluna do Andreas Kisser no Yahoo, fui tocado pelo vídeo que ele sugerira. Tratava-se da canção Stand By Me, composta por John Lennon, executada por moradores de rua de diversas partes do mundo. O vídeo foi dirigido por Mark Johnson e Johnatan Walls. O projeto se chama “Playing for Change” (que pode ser entendido como Tocando por um Troco ou Tocando por Mudanças), “um movimento multimídia criado para inspirar, conectar e levar a paz pelo mundo através da música”.



Veja o texto de Andreas na íntegra e conheça um pouco mais sobre o Playing for Change, esse belo projeto que merece nosso apoio e colaboração.

terça-feira, 10 de março de 2009

ESSE É CLÁSSICO!
Por Led Beslard



Não lembro ao certo o ano, mas eu ainda era moleque quando minha mãe me colocou numa oficina mecânica para que, segundo ela, eu aprendesse desde cedo uma profissão. A verdade era que eu trabalhava pesado e como existia essa idéia de que o dono do estabelecimento estava me fazendo um favor, ele tentava me agradar com alguns míseros trocados. De qualquer maneira, foi com aquele dinheiro que consegui juntar o suficiente para comprar meu primeiro disco de vinil: Appetite for Destruction do Guns n’ Roses.

Um dos dias mais felizes da minha vida foi quando levei o disco para casa e botei para rodar no volume máximo. Enquanto a agulha deslizava sobre o vinil com seu chiado característico, eu já me preparava para a avalanche de selvageria, tanto nas melodias quanto nas letras das músicas. Muitos mais do que um simples hard rock, Appetite for Destruction trazia o espírito real da trilogia “sexo, drogas e rock n’ roll”. Tudo era muito explícito e causava medo nos mais puritanos. Bom exemplo disso era a capa do disco que muitos, inclusive minha mãe e minha madrinha, diziam ser coisa do diabo.

Originalmente formado por Axl Rose (vocal), Slash (guitarra solo), Duff McKagan (baixo), Izzy Stradlin (guitarra base) e Steven Adler (bateria), o Guns lançou Appetite for Destruction em julho de 1987, que trazia no lado A: Welcome To The Jungle, It's So Easy, Nightrain, Out Ta Get Me, Mr. Brownstone e Paradise City. E no lado B: My Michelle, Think About You, Sweet Child O' Mine, You're Crazy, Anything Goes e Rocket Queen.

Com riffs e solos de guitarras sensacionais, o baixo e a bateria completavam o ambiente sonoro perfeitamente. Os vocais de Axl passeavam por nuances espetaculares. Sem dúvida é um álbum fantástico. Como músico, fui bastante influenciado pelo Appetite e acho que todos que se aventuram a tocar devem conhecer esse maravilhoso trabalho. Não tenho vergonha de assumir meu amor por esse disco. Não sou um alienado radical que ignora e condena as coisas só porque uma ou outra pessoa do grupinho com quem anda não gosta disso ou daquilo. É preciso ter personalidade própria, coisa que este álbum tem de sobra.

Isso é só uma dica, mas que vale a pena ser conferido. E acredite, “Você está na selva! Você vai morrer!”.

sábado, 7 de março de 2009

O MUNDO É DAS MULHERES?
Por Anderson Souza


Foto: David Campbell.

Em comemoração ao dia Internacional da Mulher, 08 de março, entrevistamos Ilani Silva, da banda Endometriose. Formada em 2006, na cidade de Feira de Santana – BA, a banda vem conquistando o público de Salvador assim como de sua cidade natal. Composta apenas por garotas, a Endometriose conta com Ilani Silva (baixo), Adriana Lima (vocal), Amanda Queiroz (guitarra) e Norma Juliete (bateria). Influenciadas por bandas como Bikini Kill, Dominatrix, Bulimia, Inkoma, L7 e Nirvana, mandam um som direto e nervoso com letras que discutem igualdade de direitos entre homens e mulheres.

NEW BRUTALITY – Por que montar uma banda composta só por mulheres?
ILANI SILVA – Eu sempre quis ter uma banda só de meninas desde que comecei a tocar baixo, porque na maioria dos shows que fui nunca vi uma banda composta só por mulheres. Eu sempre me perguntava o porquê dessa falta, pois há muitas meninas que tocam. Então, um amigo meu disse que sua namorada estava querendo montar uma banda só de meninas e me apresentou a guitarrista Karla Janaina e a baterista Norma Juliete, isso em 2005. Essa foi a primeira formação da banda. Nesta época tocávamos um som mais pop rock. Depois de muitos problemas com preconceito mesmo, eu e Juliete começamos a nos envolver mais sobre a questão do feminismo, e a partir de então montamos uma nova banda com o intuito de pregar a ideologia que tem como finalidade a libertação das mulheres em qualquer que seja a situação. É liberdade de escolha, de direito. Por que quase tudo na sociedade temos que parar pra pensar se podemos ou não fazer isso? Como os homens e mulheres machistas também vão nos avaliar? Quase nunca podemos ter nossas próprias decisões por conta do preconceito. Então a Endometriose tomou este novo rumo.

NB – Isso também não seria uma forma de preconceito?
ILANI – Forma de preconceito ter uma banda só de mulheres? Nossa! Claro que não! Há tantas bandas formadas só por homens, porque nós também não podemos ter uma banda composta só por pessoas do nosso sexo?

NB – Qual a sua opinião a respeito dos grupinhos de garotas, conhecidas como “groupies”, que seguem algumas bandas?
ILANI – Há “groupies” em todo lugar, não só de meninas quanto de garotos também. Acho que faz parte do pensamento de cada uma seguir uma banda ou não. Se a banda tem algum seguimento, seja político, religioso, etc. Acho que cada um tem total liberdade para fazer suas escolhas e seguir o que bem entender. O que eu não acho legal é você seguir uma banda apenas pela beleza dos componentes, porque aí acho que você está agindo de forma imatura. Mas como já disse, cada um tem a liberdade para fazer o que bem entende e não condeno também ninguém por isso.

NB – A banda é de Feira de Santana, mas por diversas vezes tocou em Salvador. Qual a principal diferença entre o público de cada cidade?
ILANI – É sempre um prazer pra nós da Endometriose tocar em Salvador. Acho que cada público tem uma energia diferente. Os soteropolitanos geralmente nos tratam com tanto carinho que parece que estamos tocando em casa. É uma recepção e tanto! E em Feira de Santana temos o nosso público formado que já canta as nossas músicas, então é uma sensação também maravilhosa!

NB – Algumas pessoas, quando em shows de bandas femininas, prestam mais atenção às pernas das garotas do que ao som. Como vocês reagem aos possíveis assédios nos shows?
ILANI – Quando percebemos que já começamos a ser insultadas, porque para mim esses assédios não passam de insultos, paramos o show e fazemos um discurso explicando que aquela atitude é errada, afinal estamos ali pra tocar e não pra ninguém ficar olhando o nosso corpo, não somos objeto!

NB – Por que a imagem da mulher, geralmente, está associada ao sexo?
ILANI – A imagem da mulher geralmente está associada a objeto sexual, eu diria. Por vários motivos, desde os primórdios da humanidade sempre fomos consideradas como objeto mesmo, a gente não tomava decisões, estávamos ali pra satisfazer as necessidades físicas dos homens. Então, depois que o movimento feminista surgiu, muitas dessas ações não fazem mais sentido. Só que muitas pessoas ainda não tem consciência sobre isso, e educam os homens para se acharem superiores a nós e as mulheres para serem vistas como santas. Só que nunca fomos santas! E temos o direito de não ser. Outro fato importante, é que antes, havia também todo um resguardo da virgindade da moça. Então todas as preocupações eram para que ela casasse antes de ter relações. Só que novamente o movimento feminista veio e acabou com isso (claro que tem lugares que ainda prezam pela virgindade da mulher, só que já está uma situação bem desgastada), então a preocupação que antes era atribuída à virgindade passou a ser relacionada à beleza. Hoje vivemos a ditadura da beleza. A mulher não tem o direito de não seguir os padrões de beleza impostos pela mídia. Senão é falada. As pessoas se preocupam com isso. Então quando uma mulher passa, ela transmite aquela idéia de objeto sexual porque também sempre é um ser considerado inferior. Que não pensa, que não tem decisões, que só serve para procriar e ser dona de casa. E tem que ser “bonita” senão não presta.

NB – Outra associação feita às meninas que tocam em bandas é de que elas são lésbicas. A que se deve essa suposição?
ILANI – O movimento feminista sempre esteve rodeado de lésbicas. Geralmente quando se fala de uma garota feminista, tem essa analogia. Ou também por um preconceito, da idéia de que lésbicas geralmente são seres masculinizados. Aquela mesma idéia de que só homem sabe tocar, e se uma mulher toca é porque ela tem uma parte masculina no seu corpo que lhe faz tocar. Mas nem toda menina que toca em banda é lésbica.

NB – A banda pretende lançar algum disco ou prefere continuar divulgando suas músicas pela internet?
ILANI – Estamos nos organizando para começarmos a gravação do cd esse ano. Por problemas financeiros não gravamos ainda. Mas acho que esse ano sai. Aquela gravação no site do myspace é só uma demonstração do que fazemos, e para as pessoas também começarem a entender o que tocamos, do que falamos. Não queríamos vender um cd sem qualidade. Por isso, essas músicas continuarão na internet. E as de boa qualidade vamos fazer um cd bem preparado para o publico que curte o nosso som.

NB – Qual principal meta da Endometriose até 2010?
ILANI – Nossa meta principal agora é gravar o cd e compor mais músicas. Temos muitas letras que estão faltando melodias, então já tivemos o primeiro ensaio depois do Palco do Rock e já começamos a criar novas músicas. Outra meta que temos é tirar do show o maior número possível de covers, pois acho que a banda tem que divulgar mais o seu trabalho. Portanto, estamos nos esforçando para fazer mais composições. Então, tem muita novidade nos próximos shows da Endometriose até 2010.

quinta-feira, 5 de março de 2009

PENITÊNCIA
Por Led Beslard

Qual o castigo que mereço
Por meus atos inconsequentes?
E, que a justiça seja feita... agora!

Dor invadindo a carne
Autoflagelação
Banhado em sangue
Purificando a alma em extrema unção

Sustentando um reino de mentiras
Louvando em busca de perdão
A fé que sufoca não cura
No vale das sombras
Sustentando um reino de mentiras
Louvando em busca de perdão
A tortura alimenta o medo
Gritos e lágrimas de devoção

Sacrifício sagrado
Entre o céu e o inferno
Paraíso perdido
É o reino dos homens

Mártir da própria salvação
Em eterna penitência mental
Mártir da própria salvação
Em violenta penitência interna
Amém