SEM CONSTRANGIMENTO
Por Led Beslard
Foto Divulgação
Desde cedo, o baiano Ricardo Primata vem se destacando como exímio guitarrista. Depois de passar por grupos e bandas como a Angkor, Ritmia, Slow, Fonoclama, além de diversas participações em discos de outros músicos, Primata vem seguido em carreira solo. A crítica especializada, como a Revista Guitar Player, não poupa elogios aos seus riffs, solos e composições, estes que são compartilhados com seus alunos em aulas particulares. Ricardo Primata acaba de gravar seu novo disco-solo intitulado Espelho da Alma. Acompanhado por um time de primeira, o disco é composto por 12 músicas que trazem climas de rock e metal progressivo, além de passear por ritmos brasileiros. Tive o prazer de ouvir este disco antes do seu lançamento e a satisfação de conversar com Ricardo sobre essa sua nova empreitada. Confira aqui em primeira mão os detalhes desse trabalho que, certamente, ganhará em breve grande repercussão nacional.
NEW BRUTALITY – Quais foram suas inspirações para compor “Espelho da Alma”?
Ricardo Primata – Todas as músicas do disco foram inspiradas em temas diferentes, elas são um reflexo de tudo que vejo, ouço, sinto.
NB – Como foi o processo de seleção de repertório?
Primata – Sempre fui muito eclético, tanto no que ouço quanto no que componho. Para esse trabalho escolhi as composições que misturavam mais elementos da música Brasileira e do Progressivo, tudo numa pegada rock, dando bastante ênfase às melodias.
NB – Quais equipamentos você utilizou para a gravação desse disco?
Primata – Guitarras Crafter com cordas Groove, pedais T. Miranda, Wah-wah Morley, violão de nylon espanhol, viola de 10 e cinco cabeçotes valvulados de diversas marcas para variar os timbres entre as bases L/R, os cleans e os solos.
NB – O que eventualmente mudará para as apresentações ao vivo?
Primata – Na vida musical temos que estar sempre nos reciclando, buscando novas formas e novas abordagens para a música. Para as próximas apresentações eu escolhi um repertório especial, cheio de novidades, isso vocês poderão conferir ao vivo nos meus workshops e workshows de divulgação do disco.
NB – Você pretende excursionar apresentando este disco com banda, ou vai continuar fazendo workshops? Por quê?
Primata – Uma série de workshops vem por aí, no momento estou fechando as novas datas, e nessa tour quero visitar lugares em que eu ainda não toquei, dando oportunidade a quem não tem acesso de poder curtir e aproveitar a musica instrumental. Mas como caminho natural, devo reunir os músicos para as apresentações ao vivo.
NB – Este disco conta com as inusitadas participações de Armandinho
Macêdo e Bule-Bule. Conte-nos como surgiu a idéia para essa reunião.
Primata – Sempre admirei muito o trabalho dos dois, e como na musica “Repentes” faço uma mistura do rock com a música nordestina, nada melhor para enriquecer essa mistura do que a guitarra baiana de Armandinho e a voz do repentista Bule Bule.
NB – Pude perceber que todas as pessoas envolvidas neste disco são
baianas. Com isso, há uma possível valorização dos artistas da terra e
uma evidente redução de custos. Isso aconteceu de maneira natural ou
foi algo premeditado?
Primata – Quando se compõe um trabalho com muito amor, o custo é a última coisa que analisamos. Convidei os músicos por uma questão de identidade musical, já havia trabalhado com quase todos e conhecia a qualidade de cada um, o que somou no resultado do disco.
NB – Você dividiu a produção deste álbum com Jera Cravo, um dos mais
requisitados produtores de Salvador. Como rolou essa parceria?
Primata – Nós já fizemos diversos trabalhos juntos, nossas idéias se complementam, o que torna o trabalho em conjunto agradável, valorizando o produto final. Produzimos juntos o álbum “Visões”, que teve uma ótima aceitação de público e mídia, recebendo inúmeros elogios. É sempre uma satisfação poder trabalhar com ele.
NB – Qual ou quais foram os momentos mais difíceis para a concretização deste disco?
Primata – O mais difícil quando se propõe a fazer um trabalho assim é o tempo que se gasta entre pré-produção, gravação e pós-produção. Contudo, para esse trabalho me estruturei com antecedência, dando férias aos meus alunos no período da gravação e aproveitando a agenda para me dedicar 100% ao disco.
NB – Há em “Espelho da Alma” uma sonoridade regional em diversos
temas. Em sua opinião, o que deve ser levado em consideração na hora
de decidir entre fazer misturas ou ser tradicional na música?
Primata – Ser sincero e externar os pensamentos independentemente de rótulos.
NB – Apesar dos diversos ritmos apresentados em seu trabalho, há uma
inconfundível pegada rock em suas composições. Isso é prioridade ou
secundário?
Primata – Nem prioridade nem secundário, é natural. Afinal de contas vim do rock e apesar de pisar em outros terrenos, sempre tenho um pé nele. (risos)
NB – Ricardo, você acredita que a improvisação faz parte da técnica ou
que são coisas completamente independentes e distintas?
Primata – Improvisação e técnica são duas coisas importantes para se dominar. A improvisação fará você se expressar, mostrando suas idéias. As técnicas usadas serão as ferramentas que você utilizará para se expressar. Ou seja, domine as duas!
NB – Quais são os antigos e novos guitarristas que te chamam a atenção?
Primata – Steve Howe, Van Halen, Frank Zappa, dentre vários outros como o brasileiro Fred Andrade que também acabou de lançar um disco.
NB – Você também tem trabalhado como professor de música. Quando e
como você começou a dar aulas de guitarra?
Primata – Já dou aulas de guitarra há exatos 15 anos. Tudo começou quando eu estudava no ensino fundamental e meus colegas pediam para eu ensinar aqueles solos e riffs que eu tocava nos intervalos das aulas. Daí tomei gosto por ensinar e não parei mais. Hoje, tenho um espaço bem estruturado onde ministro aulas individuais e/ou em grupos, procurando valorizar o aperfeiçoamento individual de cada aluno diante de suas necessidades.
NB – De um modo geral, o que seus alunos buscam quando procuram por você?
Primata – A grande maioria busca aprimorar seus conhecimentos musicais. Tenho muita sorte, pois o perfil dos meus alunos é de estudantes dedicados e abertos a versatilidade, o que pode ser visto nas apresentações de final de ano.
NB – Quais dicas você pode deixar para aqueles que estão começando na
música e particularmente na guitarra?
Primata – Determinação e dedicação. É importante o contato diário com o instrumento e a prática em conjunto, tocando ao lado de outros músicos para o desenvolvimento do senso rítmico, da improvisação, etc. Sonhe... e faça com que o sonho se torne realidade, dedicando-se ao máximo!
http://www.ricardoprimata.com.br
http://www.ricardoprimata.com.br/espelho_da_alma
http://www.myspace.com/ricardoprimata
Um comentário:
Adorei o blog de vocês!!! Muito show!!! Super profissional, e a matéria então... de primeiríssima qualidade, assim como os entrevistadores e o entrevistado...
Muito sucesso aí pra vocês!!!
Forte abraço!!!
Monkey (Renegados of Planet)
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