“QUÍMICA PERFEITA”
Por Anderson Souza.
Com 5 anos de existência, a banda Opus Incertum vem se firmando na cena rocker soteropolitana. Com um repertório contagiante e divertido, Fábio Gomes (baixo), Nino Mendes (bateria), Luciano “Presuntinho” Andrade (guitarra) e Elmo Amorim (voz e violão) estão sempre dispostos a tocar até o público cansar de dançar. Tendo como base o rock tradicional, agregam ao seu som influências do punk, blues e até do reggae, surpreendendo a todos por onde passam. Numa entrevista rápida Nino, Fábio e Elmo nos falam um pouco mais sobre a banda.
NEW BRUTALITY – Apesar de ser a mais manjada de todas as perguntas, é inevitável não fazê-la. Então, para deixar nossos leitores a par da situação, nos diga: como surgiu a banda?
NINO MENDES – Eu já conhecia Presuntinho. Tocamos juntos em uma banda de reggae daqui de Salvador. O mesmo aconteceu com Fábio. Soube que ele havia saído de uma banda de rock e tava parado. Já éramos três, então, faltava o vocalista. Foi então que, fugindo do carnaval, fui à ilha de Itaparica passar uns dias na casa de amigos e lá Elmo tocava violão. Fiz o convite, e duas semanas depois estávamos em estúdio ensaiando.
NB – De que maneira as composições da banda são construídas e consideradas prontas para divulgação?
FÁBIO GOMES – Com toda liberdade. Acatando as influências de cada um dentro de um contexto rock n' roll. E a partir do momento que são aceitas pela banda já fazem parte do repertório.
NINO – Na maioria das vezes, eu, Gomes ou Elmo chegamos com a letra e Presuntinho se encarrega de colocar as bases e tal. Agora estamos tentando fazer o contrário, primeiro a melodia e depois a letra. Já ocorreu isso em Genérico, Cidadão Soldado e Open Bar, por exemplo. Queremos usar essa fórmula com mais frequência.
NB – Uma coisa que costuma causar polêmica numa banda são as letras das músicas. Quais são os temas discutidos por vocês?
ELMO – Não existe um tema definido. Falamos de política, sobre o ser humano, seus medos e angústias, e do que mais der vontade.
FÁBIO – O que a gente não quer de verdade é colocar um rótulo em cima da Opus Incertum. Já sofremos com a liberdade de expressão e agora vamos preservar a liberdade musical.
NB – É comum em um relacionamento haver brigas e discussões, principalmente numa banda. O que é preciso para manter o grupo unido, apesar dos problemas?
NINO – Compreensão. É preciso respeitar os motivos dos outros.
NB – Qual a proposta da banda diante da complicada cena rocker local?
FÁBIO – Não ser mais uma banda de rock da Bahia, não fazer parte de nenhum grupo diferenciado ou clubinho e sim tocar, tocar e tocar.
ELMO – Ah sim, tocamos em casamentos, 15 anos e por aí vai (risos).
NB – Como tem sido a relação da Opus Incertum com as mídias locais?
ELMO – Boa. Sem frescuras. Sempre fomos respeitados e atendidos de maneira gentil. De meados de dezembro até o fim de janeiro tivemos os rostos estampados no jornal de maior circulação do estado pelo menos umas 5 vezes. O leitor deve estar de saco cheio de ouvir falar na Opus Incertum (risos).
NINO – Falta um pouco mais de espaço. Felizmente, no momento que precisamos, fomos atendidos. Espero que as coisas continuem crescendo com a gente e com as outras bandas do estilo.
NB – Vocês estão tocando bastante em alguns bares e espaços underground de Salvador. Há algum projeto para um show de maior estrutura?
ELMO – Estamos prontos, é o que pensamos (risos). Tomara que depois desta entrevista mais coisas boas aconteçam.
NB – A Opus costuma tocar alguns covers em suas apresentações. Vocês não têm medo de ficar marcados pelas músicas de outras bandas?
NINO – Medo, não. Temos critérios. E já ouvimos pedidos do público pra tocar canções como Genérico, Lado Animal, entre outras canções da gente. Isso deixa claro e visível que o público diferencia e entende a proposta da banda.
NB – Parece que vocês estão preparando um cd de divulgação. Falem-nos um pouco sobre o processo de gravação.
FÁBIO – Já estamos masterizando 5 faixas autorais, uma delas gravada ao vivo.
NB – A indústria fonográfica passa por um visível momento de crise. Por outro lado, a distribuição de músicas pela internet tem sido uma alternativa significativa para muitas bandas, principalmente no aspecto custo/beneficio. Por que vocês apostam no suporte “cd”?
ELMO – O cd vai ser utilizado como um “currículo”. É apenas uma forma de divulgação. Serão encaminhados a alguns produtores, bares e festivais. Mas, temos myspace, vídeos amadores no youtube e um blog.
NB – Hoje em dia, outro veículo de divulgação bastante utilizado no meio musical é o videoclipe. Há alguma música que a banda pretende usar com este recurso?
NINO – Existe o projeto de um videoclipe. O roteiro até está pronto, mas falta grana.
NB – Para quando está previsto o lançamento de todo material?
FÁBIO – O mais breve possível de se sonhar. Depende da crise (risos).
www.myspace.com/opusincertumrock
2 comentários:
Parece que o jornal de maior circulação de Salvador sabe que o Rock dá audiência... por isso a foto do pessoal da banda tantas vezes... e de tantas outras fotos de Reagueiros, Axézeiros, etc... a gente só não vê tanta foto assim (não vi nenhuma) é do sujeito que mesmo em um forum patrocinado pela Braskem que ia falar de filosofia, e da situação atual do mundo...
Como sempre, desde os tempos do Coliseu, é "Panis et Circenses" para o povo, nada de muita erudição...
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