quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

DOM JOÃO HENRIQUE II MANDATO
Por Anderson Souza


Fernando Amorim/Ag. A Tarde/Arquivo

Entre Agosto e Setembro de 2003, quando a cidade de Salvador era administrada por Antônio Imbassay, jovens de várias escolas e bairros resolveram tomar as ruas em manifesto contra o aumento da tarifa do ônibus. Na época, a passagem, que custava R$ 1,30, passou para R$ 1,50 e foi o estopim para que estudantes de diferentes idades parassem o trânsito em diversos pontos da capital baiana. A Revolta do Buzú, como ficou conhecida tal ação popular, repercutiu por todo o país. Infelizmente, o movimento não atingiu seu principal objetivo, qual seja, a redução da tarifa; porém, conseguiu conquistar outros direitos além de garantir que novos aumentos não fossem impostos (pelo menos, até o final dos dois anos seguintes).

Após a fase Imbassay, João Henrique Carneiro, filho de João Durval Carneiro, ex-governador da Bahia e atual senador, assumiu a prefeitura derrotando as expectativas carlistas de reeleição. Apesar do crédito dado a ele pela população soteropolitana, a atuação política de João Henrique foi considerada, por muitos, como a pior do Brasil. O mais estranho é que passados os quatro anos do seu mandato o candidato se reelege e, desta vez, com o apoio de antigos opositores, como ACM Neto (nova linhagem carlista).

Bom, fato é que após garantir mais quatro anos à frente da prefeitura de Salvador, a primeira medida de João Henrique foi elevar o valor do nosso caótico transporte público urbano – o buzú – de R$ 2,00 para R$ 2,20. Desde 2003, este é o terceiro aumento feito pela administração do “menino do papai” (como é ironicamente chamado pelo apresentador Raimundo Varela). Muito longe de querer ver a repetição do ocorrido anos antes nas ruas da cidade, o prefeito agiu estrategicamente e aproveitou as férias escolares para atacar. Sabendo que seria pouco provável haver manifestações nesse período à alteração na tarifa dos ônibus foi feita e mantida sem qualquer problema.

Hoje, na tradicional caminhada da lavagem do Bonfim, o prefeito presenciou algumas manifestações de estudantes indignados com tal aumento. Porém, após um dos seus seguranças agredir um dos manifestantes, João Henrique tratou de se retirar do local acobertando o acusado. Polêmicas à parte, isso nos mostra como o povo é desrespeitado, até mesmo quando muitos políticos dependem dos nossos votos para fazer parte da corja que detém o poder.

Um comentário:

Anônimo disse...

texto maneiro !!!