sábado, 28 de fevereiro de 2009

PENSAR O PASSAR DO TEMPO
Por Geovana Monteiro*



A percepção da passagem do tempo é única para cada indivíduo. Entretanto, o fluxo temporal de nossas consciências, regularmente, segue uma linha evolutiva comum. Isto é, nascemos, nos desenvolvemos e morremos; um fluxo finito, porém qualitativamente variado para cada ser. A reflexão sobre o tempo ocupa grande parcela de um tipo de atividade humana que se denomina o filosofar. Mas pensar o tempo, pensar a nossa duração bem como a duração do universo não é tema apenas para a filosofia ou para a literatura. Volta e meia a indústria cinematográfica nos brinda com obras acerca da finitude humana, desta incapacidade demasiadamente humana da imortalidade.

No filme “O curioso caso de Benjamin Button”, inspirado no conto homônimo de F. Scott Fitzgerald, o escoamento do tempo para a personagem principal não segue a ordem aparentemente natural da vida. Brad Pitt interpreta Benjamin, um homem que ao nascer traz no corpo as marcas e enfermidades de um velho de aproximadamente oitenta anos de idade. Embora a imagem contraditória de uma criança velha possa repugnar nossa experiência cotidiana, afinal trata-se de um fenômeno contrário à regra, o que mais espanta nesta curiosa história não é o recém-nascido ancião. O que mais inquieta é a possibilidade de inversão temporal do fluxo temporal.

Haveria contradição em pensar a duração vivida invertidamente? A temporalidade de uma consciência é de fato relativa ao envelhecimento da matéria, isto é, do corpo? Se o corpo não acompanhar a experiência imediata do tempo, o que haverá de errado na possibilidade de um corpo nascer fisicamente envelhecido, mas conscientemente jovem? A inversão, neste caso, não é temporal, é material. A criança no corpo velho, embora experimente sensações físicas contrárias à ordem natural do amadurecimento humano, permanece criança: as mesmas inseguranças, os mesmos desejos infantis, a mesma inexperiência e dependência dos “mais velhos”.

Enfim, muitas questões filosóficas podem ser suscitadas a partir de uma obra de arte. Conquanto a sétima possa parecer aos olhos de alguns filósofos (Adorno e Horkheimer) exemplo gritante da banalização da arte e de seu poderio pela indústria cultural, completamente voltada aos interesses mercadológicos, há quem veja neste veículo de massa (que é o cinema) uma ótima oportunidade de reflexão. Aproveito então a oportunidade para indicar não só o filme “O curioso caso de Benjamin Button”, mas também o livro Duração e Simultaneidade: a propósito da teoria de Einstein (Ed. Martins Fontes), do filósofo francês que mais refletiu sobre o tempo, Henri Bergson.


* Geovana Monteiro é mestre em filosofia pela UFBA e professora do departamento de ciências humanas e filosofia da UEFS.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

PHILOS (SOPHIA)
Por Monteiro e Beslard

main.nc.us

Todos querem ser alguém.
Querem falar de tudo
Sem se comprometer com nada.
Tão influentes e tão cultos?
Mas, a quem querem enganar com essa máscara?
Eles não sabem de nada.
Ignorantes à procura de uma explicação.
Ninguém sabe de nada,
Embora todos pensem saber.

Amigo da alegria,
Amigo do prazer,
Amigo da miséria,
Amigo da agonia,
Amigo do saber!!!

Com suas vidas medíocres
À espera de reconhecimento.
Nada mais que dinheiro,
Nada mais que poder.

Nenhum deles entende a vida,
Nenhum deles quer saber por saber.
Embora pensem, sinceramente, que entendem,
Entender a vida é perceber
Que ela não pode ser compreendida.
Que o saber é inatingível em absoluto.
Ninguém sabe de nada,
Mas todo mundo continua
Achando que sabe de tudo.
Como podem ser tão idiotas?

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

CARNAROCK SALVADOR
Por Led Beslard.



É carnaval! A cidade está em festa e milhões de pessoas estão nas ruas pulando ao som dos trios elétricos. Muito axé, sexo, drogas, brigas, roubos e, é claro, muita alegria. Mas, fora do tradicional circuito carnavalesco (Campo-Grande, Castro Alves, Barra/Ondina) podemos encontrar eventos alternativos, é o caso do Palco do Rock (PDR). Em sua 15ª edição, o festival que também já utilizou um trio como palco para apresentações de bandas locais e não locais, reúne um enorme público durante as 4 noites que se sucedem.

Com exceção do som, o interesse de muitos que vão ao PDR é o mesmo daqueles que estão na avenida, isso não podemos negar. Mas, também não podemos negar que os índices de delitos cometidos são, proporcionalmente, menores. Acreditem, já presenciei uma briga entre bandas em cima do palco do evento. E isto gerou uma confusão generalizada, comprometendo a realização do evento no ano seguinte (2002).

Mas tudo isso faz parte do carnaval. As pessoas querem extravasar, botar para fora ou para dentro algo que às façam se sentir mais leves, com a sensação de que estão livres das tensões e problemas que as seguem durante o resto do ano.

A Associação Cultural Clube do Rock da Bahia (ACCRBA), fundada em 1991 por Humberto “Tedão”, e hoje presidida por Sandra de Cássia e Gabriel Amorim, é a responsável pela realização do PDR em Salvador. Elogiado por muitos e criticado por outros tantos, o festival vem ampliando sua infra-estrutura e adquirindo bons recursos para a permanência do evento a cada ano.

As críticas vêm, em grande parte, do público alheio a qualquer problema de ordem financeira ou sistêmica. Querem que o festival aconteça, que seja de graça, que as bandas que eles curtem toquem, que a qualidade do som esteja boa, ou seja, que tudo esteja impecável. Mas nada fazem de maneira direta e colaborativa para que isso ocorra. A outra parte vem de algumas bandas que, mesmo tendo razão em reivindicar seus direitos com relação ao cachê, fazem manifestações a favor de que banda alguma toque caso não haja o pagamento; porém, são as primeiras a se inscreverem para a seleção, mesmo com a incerteza de serem recompensados.

Fiquei feliz em saber que dessa vez, depois de 11 anos, as bandas terão direito a receber o tão sonhado cachê (grana que não corresponde à terça parte do que ganham os artistas dos trios). Mas a simbólica gratificação já é indagada. Numa conversa entre amigos foi levantado o questionamento de se o valor do cachê será igual para todos ou terá algum critério para diferenciações de valores. Polêmicas a parte, os únicos que podem responder a essa e outras perguntas são os organizadores do evento, não eu!

Infelizmente, por problemas pessoais, não pude ir aos shows este ano, mas tenho boas lembranças dos anos em que estive presente, por vezes assistindo e outras tocando. Hoje, escrevendo, me dei conta de que sempre que estava numa banda participava do Palco do Rock. Foi assim com a Êxtase, Aluga-se, Nebória, Harzoth. E por pouco não tocava em outras este ano (espero que esse comentário não me deixe de fora quando for concorrer no futuro com alguma outra banda). Brincadeiras a parte, acredito na idoneidade da produção do evento, apesar de ouvir muitos comentários contrários.

Em 2000, o último sob a direção de Tedão, o festival foi marcado por controvérsias e especulações. O zine ContrAtaque fez uma cobertura da festa rocker carnavalesca daquele ano, e você pode conferir agora na íntegra.

“Como um velho costume baiano, o atraso não podia faltar. A começar pela montagem do palco, que no horário previsto para o início do som ainda estava por ser terminado, o que, consequentemente, atrasou o início das apresentações. As péssimas instalações do palco, segundo o presidente do Clube do Rock, Humberto ‘Tedão’, deveram-se à falta de apoio por parte da Prefeitura de Salvador, o que mais tarde causaria uma certa divergência.

E os desacertos não param por aí. Como sempre, algumas bandas privilegiadas enquanto outras sendo boicotadas no tempo e na qualidade do som. Um dos destaques da primeira noite ficou para a estreante Sistemaphobia (Cajazeiras), que com um som contagiante, com letras politizadas e verdadeiras, conseguiu prender a atenção do público presente. Inovando com uma atração internacional, o PDR contou com a presença do bluesman Lon Bové (L.A. – EUA) surpreendendo as expectativas, pelo fato de o público não se entender muito bem com o estilo de som apresentando pelo norte-americano.

O segundo dia foi da Aluga-se, com a presença do público fiel que curtiu não só as músicas de Raul, como também as de autoria da própria banda. Esta levou vários convidados especiais ao palco, entre eles, Sandra (Ulo Selvagem), Led (Êxtase) e o filho de Deja, Léo, de apenas sete anos, tocando bateria, já seguindo os passos do pai na música. Vinda de Portugal, a Imortalis mostrou um bom trabalho, ainda que sofrendo com os equipamentos de palco.

E, acredite se quiser, a segunda-feira foi trash. Brigas, declarações e acusações rechearam uma noite de pura baixaria. Iniciadas com manifestações nervosas do apresentador Tedão, que a todo instante criticava as bandas, chamadas por ele de ‘a galera de covardes’, por não aceitarem tocar sem cachê, não obstante, incentivando a multidão a votar nulo em qualquer vereador, que segundo ele não contribuíram em nada para a realização do evento. Declarações que não agradaram ao vereador presente Emerson José. Este defendeu-se contra-atacando as palavras de Tedão. O primeiro alegou que Tedão recebeu uma verba de R$ 2.000 da prefeitura. E a pergunta que pairava entre o público atônito era: ‘Tedão, cadê, os dois mil?’ A salvação da noite foi a banda mineira Concreto, detonando clássicos do rock n’ roll até às seis da manhã.

O último dia do festival foi monótono, público reduzido, bandas que não compareceram e uma jam session que não existiu, substituída por um discurso cansativo de Tildo Gama sobre Raul Seixas, é claro. E pela manhã, quarta-feira de cinzas, os resistentes acampados nas redondezas do palco desarmaram suas barracas e seguiram seus caminhos com uma dúvida em comum: ‘será que no ano que vem tem mais?’ É esperar para ver.”

sábado, 21 de fevereiro de 2009

MAKE YOUR CHOICE

Palco do Rock 2009 - 15 Anos: Espaço interativo para atrações especiais, 14h; Shows no palco principal, 17h. Coqueiral de Piatã – Aberto ao público. De 21 (sábado) a 24/02 (terça). Informações: http://www.palcodorock.accrba.com.br/

Grade de atrações do palco principal:

Sábado - 21/02
17h - Incrédula (New Gothic Metal - Salvador/BA)
18h - Suffocation of Soul (Thrash Metal 80’s - Poções/BA)
19h - Sinhô Pereira (Rock Regional - Recife/PE)
20h - Os Irmãos da Bailarina (Alternativo/Indie - Salvador/BA)
21h - Underschool Element (Alternativo/Folk/Indie - Suíça)
22h - AK - 47 (Alternativo - Natal/RN)
23h - Mundo Tosco (Stoner/Alternativo - Salvador/BA)
00h - Desrroche (Gótico/Industrial - Salvador/BA)
01h - Pastel de Miolos (Punk/HC 80’s - Lauro de Freitas/BA)

Domingo 22/02
17h - Endometriose (Punk/HC - Feira de Santana/BA)
18h - Inventura (Indie - Alagoinhas/BA)
19h - Aluga-se (Rock - Salvador/BA)
20h - Hargos (Thrash Metal - Belo Horizonte/MG)
21h - Zefirina Bomba (Garage/Punk - João Pessoa/PB)
22h - The Honkers (Garage/Punk - Salvador/BA)
23h - Varial (Post Hardcore - Maceió/AL)
00h - Biscó (Hardcore - Itabuna/BA)
01h - Dryad (Power Metal - Salvador/BA)

Segunda 23/02
17h - Almas Mortas (Pós-Punk/Gótico - Salvador/BA)
18h - Elipê (Pop/Alternativo - Salvador/BA)
19h - Dimensões Distorcidas (Metal Fusion - Salvador/BA)
20h - Ulo Selvagem (Hardcore Crossover - Salvador/BA)
21h - Plebe Rude (Punk/Pós-Punk - Brasília/DF)
22h - Lavage (Punk/Alternativo - Fortaleza/CE)
23h - Maldita (Gótico/Industrial - Rio de Janeiro/RJ)
00h - Roadsider (Stoner Thrash - Fortaleza/CE)
01h - Keter (Thrash/Death Metal - Salvador/BA)

Terça 24/02
17h - Ant Corpus (Heavy Rock Progressivo - Salvador/BA)
18h - Louder (Stoner Metal - Salvador/BA)
19h - Soprones (Punk Crossover - Montes Claros/MG)
20h - Canibal Brasil (Hard Shock Rock - Salvador/BA)
21h - Inocentes (Punk Rock - São Paulo/SP)
22h - Minus Blindness (Thrash Metal - Salvador/BA)
23h - Choke (Metal/Hardcore - Curitiba/PR)
00h - Movidos a Álcool (Rock Brega - Lauro de Freitas/BA)
01h - Fullminant (Thrash / Death Metal – Salvador/BA)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

“QUANDO ACABAR, O MALUCO SOU EU!”
Por Anderson Souza



No post anterior, este blog trouxe informações sobre o fanzine ContrAtaque. O amigo leitor Eduardo fez uma sugestão interessante (veja o comentário no post anterior). Porém, uma vez realizada, sua sugestão poderia causar algum tipo de constrangimento aos editores pelos deslizes linguísticos mencionados. Assim, pensei em republicar aqui algumas matérias na íntegra com as devidas correções.

Hoje trago uma entrevista feita com a banda Aluga-se que, logicamente, consta no zine. Naquela época nem pensava em ser jornalista. E, se não me falha a memória, foi a primeira entrevista técnica que fiz. Conversei com o líder da banda, Deja Marinho (voz e guitarra), Tedão (bateria) e Antônio (baixo). Para quem não sabe (apesar de achar pouco provável), a banda Aluga-se destacou-se na cena rocker soteropolitana por executar competentemente as memoráveis canções do saudoso Raul Seixas. Confira a seguir como tudo aconteceu nos relatos dos três músicos.

CONTRATAQUE – Como surgiu a banda?
DEJA –
Bem, a banda surgiu em 1992 com a fusão de roqueiros. Eu, que já curtia Raul Seixas, e mais alguns componentes de uma banda chamada Cinematedron. Já do Cia nos juntamos e formamos a Aluga-se.

CA – Vocês acreditam e seguem o que dizem as letras de Raul?
DEJA –
Acreditamos, seguimos, conservamos e apostamos.

CA – O que vocês acham das bandas novas que circulam no cenário rocker de Salvador?
TEDÃO –
Eu acho legal, o que falta é união. Como Raul disse, “é muita estrela prá pouca constelação”. Todas se acham estrelas e na verdade não são. Só com união se consegue resultado.

CA – Como está a situação de vocês em relação a shows?
DEJA –
Beleza. A agenda tá cheia, mas mesmo assim a gente dá um tempo pra realizar um novo trabalho, tanto de músicas de Raul como de músicas nossas.

CA – A grande rotatividade de músicos não atrapalha o seu trabalho? Como você lida com um número tão grande de pessoal sem que isso atrapalhe o lado musical da banda?
DEJA –
Na realidade atrapalha, retarda muito o trabalho. E quanto à qualidade, cada um tem sua maneira de tocar, muda um pouco, tem músicas que mudam pra melhor e outras pra pior, mas estamos conseguindo manter o nosso padrão tranquilamente.

CA – Vocês estão trabalhando em músicas próprias. O que trazem suas letras?
DEJA –
Traz a mensagem do dia-a-dia. Algumas dicas que Raul deixou pra gente e criatividade nossa também.

CA – O que você acha do sistema de governo atual?
DEJA –
Não nos expomos muito, falamos um pouco do que vemos. Estamos em cima do muro observando tudo, porém calados.

CA – A banda sofre muitas críticas?
TEDÃO –
Sim, sofremos muitas críticas positivas. O pessoal gosta muito do trabalho, sempre elogia. Teve uma crítica que surgiu no carnaval dizendo que a banda só tocava músicas de Raul e foi um equívoco. As pessoas confundem muito o nosso trabalho com o trabalho de Raul. As críticas são favoráveis e estamos aproveitando ao máximo.

CA – A banda defende alguma causa social?
DEJA –
Não, apenas apoiamos o melhoramento da cultura, melhorando a saúde, coisas do Brasil contra a corrupção, tudo pra melhor. Nossa bandeira é essa aí.

CA – Além de Raul Seixas, quais influências a banda absorve para seu trabalho?
DEJA –
Rock n’ roll americano, country, baião de Luis Gonzaga, Jackson do Pandeiro, tem tudo mesclado. Todas as bandas daqui de Salvador que tem o trabalho parecido com o nosso escutam isso.

CA – O que a banda já produziu e pretende produzir futuramente?
TEDÃO –
A banda tem três cd’s gravados ao vivo. No Palco do Rock de 98, em Nazaré das Farinhas na Feira do Caxixi esse ano, em abril. Os 150 anos de Nazaré ao vivo não são cd's a nível comercial, mas são gravações com qualidade boa a as pessoas que solicitarem a gente faz uma cópia. Temos também à frente uma coetânea que é um tributo a Raul com 6 bandas de Salvador e a Aluga-se participando. Cada banda toca uma música sua e uma de Raul no estilo da banda. E em breve estaremos no estúdio pra gravar um trabalho com 10 a 12 músicas nossas.

CA – Analisando as bandas do passado, o que vocês vêem de positivo ou negativo em suas mensagens e no que estas influenciaram nossa cultura atual?
ANTÔNIO –
Desde os anos 70 e 80 os protestos têm sido os mesmos e as coisas até hoje não mudaram.

CA – Sendo uma banda cover vocês não tem medo de ficaram presos a isso?
DEJA –
Não. Atualmente não nos consideramos mais cover, pois já temos um trabalho próprio, só estamos aperfeiçoando. A banda tem algumas características semelhantes a Raul e é isso que algumas pessoas têm confundido.

CA – Qual o relacionamento de vocês com outras bandas?
DEJA –
Temos um bom relacionamento, na medida do possível. O que facilita um contato são os shows e ensaios. Mas com o fato dos ensaios serem fora do centro, isso não nos dá condições de um contato direto com elas nos estúdios. Não temos nada contra ninguém e se alguém tem algo contra nós não tem motivo. Nada fazemos para desagradar, só para agradar.

CA – Vocês sabem a história da música “Sociedade Alternativa”?
DEJA –
O próprio Raul, quando alguém lhe fazia uma pergunta muito batida, ele não gostava de responder, então eu sigo a mesma linha. Pesquisem!

CA – O que vocês sabem sobre o suposto pacto de Raul com o Diabo?
DEJA –
Nem o próprio Raul soube descrever o que houve entre ele e o Diabo ou entre ele e Deus, quem dirá eu!

CA – Mandem uma mensagem para os nossos leitores.
DEJA –
Enquanto não existir uma união entre as bandas, o rock n’ roll não vai pra lugar nenhum. Enquanto algumas bandas não deixarem de pousar de artista, isso não vai mudar. Tem uma música nossa que diz "nesse cenário tá todo mundo comendo capim”.

CA – Entenda!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

SOLTANDO O VERBO
Por Led Beslard



Dia desses, revirando alguns documentos antigos, encontrei um zine muito interessante do ano 2000. Tratava-se do ContrAtaque – Manifestoculturalternativo, produzido pelos jovens Wendel Barreto, Geovana Monteiro, Anderson Souza e Sanguessuga.

No editorial constava o seguinte discurso: “Com um objetivo de tentar construir uma sociedade alternativa mais consciente de seu papel formador de uma contracultura, no sentido de renegar esta que nos é imposta todos os dias pela dominação norte-americana, é que nos dispomos a criar um zine, como uma forma pacífica, porém revolucionária de contrAtaque. Não somos ligados a nenhum movimento, todavia possuímos ideais políticos, éticos e culturais, que nos são próprios. O respeito à vida (tanto humana quanto animal, até mesmo extraterrestre) é um flagrante da nossa filosofia. Não pretendemos, com isso, ser moralistas, apenas estamos tentando expandir um conhecimento que para nós é necessário. Esperamos que esse primeiro conteúdo informativo possa diverti-los e, sobretudo, despertá-los para a realidade que alguns insistem em não enxergar. Agradecemos a todos que compareceram aos shows do festival ContrAtaque. A gente se vê por aí. Até a próxima edição”. Infelizmente, esta foi a única edição.

Durante quatro sábados seguidos (11, 18, 25/03 e 01/04) as bandas: 7 Anões, Os Cabeça Feita, Sleepinground, Vômito, Vírus Urbano, Estilhaços, Sistemaphobia, Renegados, Gunsmister, AKGB, Alienígena, Neurastenia, Sem Acordo, Êxtase e Agressivos, todas da cena underground soteropolitana, se revezavam no palco do Ex-Passo Cultural – Pelourinho, no festival de lançamento desse material, que foi distribuído entre o público.

Os editores do fanzine deslizaram na correção ortográfica e praticamente esqueceram que existe vírgula na gramática brasileira. Mas, isso de maneira alguma desmerece o excelente trabalho proposto. A meu ver, o manifesto ContrAtaque foi um dos melhores exemplos de atitude, pois quando realmente se quer fazer algo positivo de maneira coletiva se faz, não espera acontecer.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

DISTURBIÓTICO
Por Led Beslard


inusitatus.blogtv.uol.com.br

Fleches pulsantes ofuscam-me os sentidos
Minha mente insana toma outra consciência
Ilusão, confusão, loucura

Meu corpo atado rasteja em transe
Ações erradas em novas dimensões
Ossos quebrados, rosto marcado, agressão

Meus olhos andam cegos por entre rastros perdidos
Tenho a sombra de dor que não quer passar
Medo, desespero, paranóia

Visões de um pesadelo pessoal
Projeções de um holograma no vazio
Distúrbio ótico, distúrbio exótico
Disturbiótico...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

PROMESSA É DÚVIDA!
Por Led Beslard

almaanegra.blogspot.com

Quando alguém se pronunciar a você dizendo “eu prometo”, fique atento! Isto não é, necessariamente, uma regra, mas a verdade é que muitas promessas feitas vão por água abaixo, pois não são cumpridas. E a expectativa de quem seria beneficiado se torna uma grande decepção.

Outro dia recebi uma mensagem de um colega que ficara de me mandar um determinado material por email. Bom, ele não fez o combinado, mas informou que outro colega havia lhe prometido fazê-lo ainda naquela mesma noite. Ou seja, apesar desse meu colega não ter me prometido nada, a promessa de uma terceira pessoa foi repassada para mim. Resultado: até hoje espero!

Mas há também quem espera por um resultado meu. Neste caso, não fiz promessas, mas criei no próximo a tão cruel expectativa. Infelizmente, dependo de outra pessoa que também não usou a frase “eu prometo” para realizar o que aguardo, mas me deixou em uma situação complicada.

Nessas horas, alguns esperam por uma satisfação sobre a demora do que fora acordado. Contudo, às vezes, é melhor deixar de se justificar sempre, pois dá a impressão de que a gente está enrolando. Pior do que fazer alguém esperar é iludir a pessoa com explicações constantes e, a meu ver, desnecessárias. O melhor é dizer: “desculpe, mas não tenho nada pronto e não sei quando poderei fazê-lo. Se puder, peço que aguarde. Aviso quando tudo estiver concluído”. Ser sincero e ir direto ao ponto podem render mais confiança e credibilidade.

Certamente, não há porque ser tão sistemático, de modo a se prender à palavra “promessa”. Qualquer que seja o compromisso firmado, verbalmente ou por escrito, deve ser respeitado e cumprido. De um modo geral, tudo isso não deixa de ser uma promessa. Portanto, não faça promessas que não poderá cumprir!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

NO VÁCUO
Por Led Beslard



Qual o significado dos movimentos aleatórios
Quando o tempo regressivo antecipa o imprevisível?
Minha alma entorpecida flutua no abismo do horizonte,
Confinada em evolutivos enigmas psicoativos.

Estou no meio do início do fim...

Lágrimas discretas gotejam dos olhos cegos,
Reações adversas interagem no pensamento.

Estou no meio do início do fim...

A realidade transgressiva pulsa eternamente
Na razão absoluta dos sonhos contraditórios.

Estou no meio do início do fim...

Perdido em caminhos de inexistentes respostas,
Sigo sempre o lado oposto às costas.

Estou no meio do início do final!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

COINCIDÊNCIA OU PLÁGIO?
Por Led Beslard



Em 1999, acompanhei o surgimento e o desenvolvimento de uma banda de punk rock soteropolitana chamada Alienígena. Composta em sua maioria por garotas, Céu (vocal), Tina (baixo) e Géo (guitarra), tinha Amendoim (bateria) como único garoto do grupo. Em pouco tempo de existência, conquistaram um público cativo que não perdia as apresentações da banda, costumeiramente, no Ex-passo Cultural – Pelourinho. Claro que muitos marmanjos iam, também, para ficar de olhos nas meninas.

Além do relacionamento familiar, já que Géo era minha namorada na época (e agora esposa), e Amendoim é meu irmão, de certa maneira, eu produzia a banda: marcava ensaios, agendava shows, preparava o palco, tirava fotos e até compunha músicas para o repertório do pessoal. Dentre algumas canções executadas em todos os eventos estava “Desculpe-me”, que fiz para Géo. Melodia simples, porém marcante, trazia na letra, o óbvio, pedido de desculpas para quem havia sofrido com as atitudes do outro. Recordo-me de termos gravado uma fita cassete num dos ensaios. Esse material ficou com a prima da vocalista e, ao que parece, acabou desaparecendo. E tudo isso há exatos 10 anos atrás.

No final do ano passado, um amigo me passou uma compilação de bandas que ela havia baixado da internet. E esta mídia continha o álbum “Carne”, de 2007, da banda Mukeka di Rato. Já ouvira falar da banda, mas, até então, nunca desfrutado de um disco da banda. Fiquei chocado ao rodar a faixa 5, “Produtos Químicos Eletrodomésticos”. A melodia da música é muito parecida com a minha “Desculpe-me”. O pior é que estava pensando em gravar esta música, além das outras, como recordação material e, quem sabe, dispor ao público. Mas, agora, com a semelhança entre as músicas, sendo uma delas de uma banda significativamente conhecida no país, seria eu acusado de plagiador? Infelizmente, não teria com provar minha inocência, ou, melhor ainda, não teria como acusá-los, pois, a única prova de que dispunha da composição sumiu.

Procurarei as meninas e tentarei localizar essa fita, pelo menos, para provar o que digo agora. Mas, outra coincidência, se é que posso dizer isso, está na foto da banda acima. A guitarrista veste uma blusa com o nome “carne”, visivelmente, estampado. E este nome é o mesmo usado como título do disco dos caras. Há uma probabilidade, ainda que remota, de que, pelo menos, um membro da banda tenha assistido ao show. Isso confirmaria tamanha inspiração musical, afinal o mundo é tão pequeno. Quem sabe a fita não passou pelas mãos deles? Mas, isso são apenas suposições.

Atualmente, tivemos os casos das bandas NXZero e Coldplay, acusadas de plágio. Nos dois escândalos, os acusados negam o crime. Mas, não se espante com o fato, pois casos como esses são mais comuns do que parecem. Rod Stewart, Fagner, Britney Spears, Tribalistas, É o Tchan, e até (quem diria!?) Tom Jobim e o “rei” Roberto Carlos, também foram acusados de clonar músicas alheias.

Os critérios divergem na hora de se classificar um plágio: em alguns casos bastam apenas 3 notas seqüenciais iguais, em outros o correspondente a 8 compassos. Na verdade, quem identifica a cópia da sua obra e se sente lesado por outrem é o autor. Infelizmente, é o que sinto agora.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

CADA UM FAZENDO SUA PARTE.
Por Anderson Souza


No texto anterior, acredito ter ficado claro como manter uma alimentação saudável longe dos produtos de origem animal. Em pleno século XXI, na era tecnológica, onde a informação está à disposição de todos – principalmente para aqueles que às buscam – é comum pessoas se espantarem com alguém que não coma carne. Ainda sou surpreendido com as clássicas perguntas: “você come o quê?” Ou, “você só come folha é?” Como se uma dieta à base de carne fosse a única forma de se alimentar. Se não há carne não é comida.

Luciana Rangel é adepta do veganismo. Uma versão extrema do que se conhece do vegetarianismo. Além disso, é sócia e cozinheira da Cooperativa Rango Vegan, uma das ótimas fornecedoras de comidas naturais em Salvador. Com o companheiro e o filho mantêm-se livres das carnes animais e de um possível peso na consciência. Aqui, Luciana sintetiza todas estas questões respondendo a algumas perguntas sobre seu cotidiano como ativista pró liberação animal.

NEW BRUTALITY – Quando foi que você decidiu parar de comer carne?
LUCIANA RANGEL – Em 1995 fui morar com o Robson, que é meu companheiro até hoje, e lá em casa a gente fez uma proposta de não entrar carne vermelha, pois naquela época já estavam tendo discussões no movimento punk sobre a carne. Em 96 entramos pro Hare Krishna e aí fui parando gradativamente de comer os outros animais, frango e peixe. E quando estava no Hare conheci a “filosofia de vida” Straight Edge e me identifiquei, pois já tinha visto muitos amigos morrer diretamente por causa de drogas, o próximo passo foi o veganismo.

NB – Como sua família encarou a decisão que tomou?
LUCIANA –
No começo o pessoal não levava muita fé, pensava que era coisa de jovens e eu já não era tão jovem (risos). Depois, com o passar dos anos, passaram a entender que é algo sério mesmo, e que é a minha opção de vida.

NB – Quais as principais dificuldades que você enfrentou a partir do momento que deixou de comer carne?
LUCIANA –
Naquela época não tinha muita opção de comida como tem hoje nas ruas. Mas, a maior de todas foi em relação ao Kirtana, meu filho, pois não tinha nenhuma informação nem exemplos reais de crianças veganas. Como estava grávida, em 1997, queríamos que quando ele nascesse sua alimentação fosse vegan, como é até hoje. A cobrança da minha família foi muito grande em relação à saúde dele, pois diziam que ele ia ser doente.

NB – Na verdade, você não só deixou de comer carne como também não consome produtos derivados de animais. Há algum tipo de produto que não houve condições de deixar de utilizar?
LUCIANA –
Não, nenhum produto. Sou vegan. E já conheço as marcas que não testam em animais. Existem sites que mostram a lista de produtos. Geralmente escolho os produtos mais baratos que nunca testam. Mas, enquanto vivermos em uma sociedade baseada em classes e no capital como princípio das coisas não existirá produto “totalmente vegano”.

NB – Qual a diferença entre vegetarianismo e veganismo?
LUCIANA –
Existem algumas definições. Ovo-lacto-vegetariano usa ovos, leite e derivados, o lacto-vegetariano usa leite e derivados e o vegan não come nada de origem animal, nem veste e nem usa produtos que foram testados em animais. Pra mim a principal diferença é que o vegetarianismo é um caminho, mas que as pessoas se acomodam por não querer deixar certo tipo de alimento, como o queijo e o leite. Não param pra analisar por suas conveniências que as vacas sofrem tanto ou mais que os outros animais. E o veganismo é o caminho dentro do capitalismo que possui menos crueldades e exploração. Claro que não é perfeito, pois também existe a exploração humana. Aqueles que trabalham com a soja, por exemplo, também são explorados. Existem muitos vegans que são consumistas ao extremo. Mas isso à medida dos anos tem melhorado, pois existe uma crescente crítica a respeito.

NB – Você tem um filho que desde cedo recebeu uma educação alimentar eética com relação aos animais diferente das que são comumente ensinadas em nossa sociedade. Isso não dificulta o relacionamento dele fora de casa?
LUCIANA –
Não. Ainda bem que ele é uma criança que sabe muito bem se comunicar e é fácil de fazer amizades. Ele não só tem uma alimentação diferente como aprendeu a conviver com as diferenças, então se “vira de boa” nas ruas (risos).

NB – Você faz parte da Cooperativa Rango Vegan. Como surgiu a idéia de montar uma cooperativa?
LUCIANA –
Sim. No começo, há dois anos atrás, eu e mais duas amigas estávamos desempregadas e não queríamos mais trabalhar pra ninguém. Como todas éramos veganas e tínhamos dificuldades de encontrar alimentos veganos na cidade unimos o útil ao agradável. Foi aí que surgiu a idéia da cooperativa. Na verdade não é e nunca foi uma cooperativa de verdade. Pois pra ser uma cooperativa tem de ter no mínimo 20 pessoas trabalhando e nós éramos três pessoas. Agora só somos eu e a Carol, pois a Kátia, que muito contribuiu pra cooperativa, saiu pra alçar outros horizontes. Colocamos esse nome pelos princípios que apreciamos e praticamos que é ter tudo dividido igualmente, o dinheiro e o trabalho, tudo decidido por consenso, com as decisões tomadas de maneira horizontal e ser autônomas. O nome agora é só Rango Vegan. E nós participamos de uma Rede de Economia Solidária com vários outros empreendimentos. É uma economia que respeita as pessoas e o meio ambiente e o dinheiro não é o único objetivo. Uma economia mais justa em que as pessoas são mais solidárias umas com as outras. Uma forma de burlar esse sistema capitalista.

NB – Como e onde funciona essa cooperativa?
LUCIANA –
Não temos um espaço físico, por enquanto. Mas, estamos batalhando pra ver se conseguimos um espaço que seja em conta, pois não temos muitos recursos. Trabalhamos na casa da Carol, minha sócia e amiga, que fica nos Barris.

NB – Quantas pessoas colaboram com esse projeto?
LUCIANA –
Tem uma galera que sempre deu apoio e acredita no nosso “trampo”. Nossos amigos e companheiros ajudam com cartazes e divulgação.

NB – Como as pessoas podem adquirir os produtos da cooperativa?
LUCIANA –
Por telefone. Meu número é 3011-3215 e 8821-4260 e o da Carol é 8837-4963 e 3328-0195. Fornecemos marmitas e lanches variados, tudo integral, e também aceitamos encomendas para festas.

NB – Você tem alguma mensagem para passar aos nossos leitores?
LUCIANA –
Os animais são seres sencientes. Eles existem por si só e não para servir aos seres humanos. E acima de tudo eles não são objetos e sim seres vivos que merecem respeito. Queria agradecer a Led pelo espaço, agradecer em especial ao meu companheiro Robson por sempre estar na batalha comigo, ao meu filho Kirtana, a Carol e Kátia e aos amig@s vegan@s de Salvador que sempre deram apoio a Rango Vegan. Go vegan!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

APENAS POR UMA QUESTÃO DE CONSCIÊNCIA.
Por Led Beslard


abhorticultura.com.br

Esta semana, organizando alguns materiais antigos que estavam guardados, encontrei uma agenda do Mundo Verde que dei de presente a minha garota no ano de 2003. De cor creme, além do nome da rede de lojas e o ano, havia também três imagens da terra de lados diferentes e a frase: “a arte de pensar”. Com este propósito, vários textos estavam distribuídos no interior da agenda, mas um deles me chamou à atenção em especial. Correspondia ao mês de outubro, e remetia ao dia 16, dia mundial da alimentação. Não havia título nem referência do autor; porém, no final da agenda havia crédito dos textos de pesquisas para Isabel Maria Antunes Joffe.

O texto traz informações sobre alimentação vegetariana e suas contribuições para a saúde do homem e do meio ambiente. Não tenho, com isto, a intenção de pregar minhas convicções, apenas esclarecer alguns pontos sobre aquela conduta alimentar. De qualquer maneira, seria bom saber que passando importantes informações poderei contribuir para uma possível mudança de comportamento; que, neste caso, só traria benefícios a quem dela fizesse parte, principalmente à consciência.

Acompanhe o texto a seguir:

“Ser vegetariano é dar uma grande contribuição à TERRA. É desempenhar um importante papel, ajudando a curar o nosso planeta e criando um mundo verde e um mundo sustentável para nossos filhos.

Cada vegetariano salva também milhares de árvores anualmente. As florestas estão sendo destruídas para criar pastos e plantio de alimentos para os animais de abate, requerendo, deste modo, a alocação de vastas quantidades de terra, água e energia, representando um grande desperdício.

É sabido que milhões de pessoas vivem em completa pobreza na Terra – uma realidade triste e desnecessária. E o simples ato de comer carne e alimentos de origem animal, bem como o mercado de exploração animal estão intimamente ligados a um quadro de miséria, à subnutrição e à má saúde, à degradação do meio ambiente e dos ecossistemas globais.

Pesquisas e estudos também têm revelado que os estabelecimentos de criação e confinamento de animais são grandes responsáveis pela poluição dos rios. É também sabido que a indústria da pesca causa danos irreversíveis à delicada estrutura da cadeia alimentar marinha.

Sob o ponto de vista ético, cada vegetariano, anualmente, salva muitos animais de viverem fora das condições de equilíbrio com as leis naturais, de serem vítimas de atrocidades inimagináveis através do uso de produtos químicos, antibióticos e hormônios sintéticos para engordar, sem mencionar o abate cruel e ensangüentado. Óbvio, todos estes processos só podem também prejudicar nossa saúde.

Um dos grandes problemas de uma dieta baseada em proteína animal está nas gorduras saturadas que a acompanham e na ausência de fibras. Tais gorduras estão associadas aos problemas cardíacos, câncer e diabetes.

Não há dúvida de que a carne é uma forma de proteína completa e concentrada, rica em vitaminas do complexo B e ferro. O problema é que ela possui a mais alta quantidade de toxinas.

Se nós adotarmos práticas alimentares corretas, trazendo para o nosso corpo o mesmo teor adequado e apropriado dos nutrientes que a carne contém, não necessitaremos dela na nossa alimentação.

É importante centrar a nossa alimentação nos grãos e cereais integrais (fonte considerável de ferro, vitaminas E, do complexo B e proteínas), nas leguminosas (ervilha, favas, feijão azuki, feijão branco, feijão fradinho, feijão preto, feijão de soja, grão-de-bico, lentilhas, vagem), nas sementes e nozes, nos vegetais folhosos, nos tubérculos, nas raízes e nas frutas da época.

A proteína da soja é uma excelente opção de proteína vegetal, encontrada na carne de soja e no tofu (queijo de soja). Outra excelente fonte é o seitan (carne de glúten).

Uma dieta com alto teor de vitamina C (frutas cítricas, acerola, abacate, aspargos, brócolis, couve-de-bruxelas, melão, manga, mamão, agrião, etc.), por exemplo, normalmente possibilita uma absorção de ferro ainda maior do que nas dietas à base de carne.

O corpo deve se nutrir somente de alimento total, integral e cheio de energia. Assim, cada um de nós pode mudar o mundo, começando por nós mesmos, fazendo a nossa opção pessoal, excluindo de nossas vidas os produtos da morte e do sofrimento injustificáveis.

É uma questão de consciência, de uma nova visão e, de prestigiar um mundo mais verde!”